Lagarto FC pode não participar do Campeonato Sergipano

30/09/2015 22h28

Uma notícia que pegou a diretoria do Lagarto FC totalmente desprevenida: a interdição por tempo indeterminado do Estádio Paulo Barreto de Menezes, casa do time lagartense. Com isso, segundo o presidente do clube, Aloísio "Prefeitinho" Andrade, todo o planejamento para este ano foi comprometido, ficando um grande risco de a equipe deixar de disputar o Campeonato Sergipano de 2015, que começa em duas semanas.

O problema é de ordem financeira. Isso porque sem o estádio, que foi interditado por problemas estruturais, o Lagarto FC tem à frente dois grandes obstáculos que afetam diretamente as despesas e a fonte de renda do clube. A primeira, o campo de treinamento, e a segunda, diminuição drástica da bilheteria ao mandar jogos em outra cidade.

A despesa cresce quando o treinamento passa a ser em outros campos. Há custos de deslocamento, o que não ocorreria caso as atividades fossem desenvolvidas no próprio Barretão, já que os jogadores ficam concentrados próximo ao estádio. Atualmente, os atletas fazem exercícios físicos e com bola no bairro Cidade Nova, distante do centro da cidade, e no povoado Moita Redonda - campos mais próximos com condições de treinamento.

 

Com isso, segundo Prefeitinho, há despesas diárias de no mínimo R$ 200 com o transporte dos jogadores da Casa do Atleta até as unidades de treinamento. São 120 dias de treinamento durante o campeonato. Calculando isso daria R$ 24 mil a mais de custo no orçamento já planejado inicialmente pela diretoria. Ou seja, inviável manter o time, pagando jogadores e funcionários, disputando qualquer competição.

Por enquanto, o empresário Manoel da Lagartense, proprietário da Translagartense, está mantendo um ônibus gratuito para fazer as viagens de treino. O apoio é para esta semana. Posteriormente, a diretoria ainda sabe como sanar esse problema.

Quanto à renda, um problema ainda maior. Se despesas estão em vista, a queda na renda do clube pode agravar ainda mais a saúde financeira do Lagarto FC, uma vez que os mandos de jogos do time ficariam para o Estádio Senador Albano Franco, em Simão Dias. De acordo com o presidente, o clube perderia mensalmente com isso R$ 25 mil.

Com todas essas dificuldades, Prefeitinho já está dialogando com entidades, empresários, autoridades e os poderes executivos tanto do estado quanto do município. Mas perguntado se o clube ficaria de fora do Sergipano caso não conseguisse financeiramente equacionar os problemas, ele foi enfático: "Se não restar alternativa, isso vai acontecer".

Segundo Prefeitinho, o Governo do Estado de Sergipe reconheceu que a interdição do estádio pode realmente acabar tirando o Lagarto FC do estadual. Em contrapartida, a secretaria de esporte pediu uma listagem de tudo que o clube irá precisar para se manter dentro do campeonato mesmo sem o Barretão. Prefeitinho garantiu que uma resposta já foi enviada e está esperando um posicionamento sobre a ajuda do governo em até dois dias.

O presidente alviverde também revelou que procurou apoio junto aos deputados de origem lagartense. "Por enquanto apenas Fábio Reis respondeu meu comunicado e afirmou que nesta terça-feira irá conversar com a diretoria", afirmou Prefeitinho. Segundo ele, mensagens foram enviadas aos deputados na última sexta-feira. Já da Prefeitura Municipal de Lagarto o presidente espera um agendamento para uma reunião com o prefeito Lila Fraga.

Na opinião de Prefeitinho, a grande preocupação é afetar a vida profissional dos jogadores. Se o clube deixar de jogar o estadual, muitos terão que procurar outros times para assinar contrato depois de a maioria das equipes já ter fechado o elenco.

O risco de o time deixar o Campeonato Sergipano é eminente. Por isso a presidência do clube já entrou em contato com a Federação Sergipana de Futebol (FSF) para se informar sobre a penalização que pode ser aplicada ao Lagarto FC. A garantia é de que a equipe não seja prejudicada para o próximo ano, nem com multa, nem com o rebaixamento, já que, segundo Prefeitinho, o problema foi originado pelo governo do estado restando poucos dias para o início do certame. "A culpa não é do Lagarto, é do governo", frisou o presidente.

 

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