Itália ganha fórum para caso Battisti
Parlamento Europeu discutirá tema amanhã, mas sem condenar Brasil

Battisti (Estadão)
A sessão do Parlamento Europeu que debaterá o caso Cesare Battisti amanhã, em Estrasburgo, na França, deve servir como tribuna de protestos dos deputados italianos, mas dificilmente resultará em um sinal diplomático de insatisfação dos 27 países quanto à decisão do governo brasileiro de conceder refúgio político ao extremista. A hipótese de uma resolução política oficial condenando o Brasil, por exemplo, está descartada.
Na última segunda-feira, os deputados do Parlamento Europeu aceitaram, por 104 votos a favor e 49 contrários, incluir o caso de Battisti na lista de temas a serem debatidos na sessão de quinta-feira. A decisão ocorreu após autoridades italianas demandarem sem sucesso uma intervenção da União Europeia em favor da extradição do extremista.
Na prática, a inclusão do caso na pauta de discussões significa que os parlamentares poderão se manifestar sobre o assunto, abrindo espaço para que os membros da bancada italiana discursem e demonstrem seu descontentamento com a posição adotada pelo governo brasileiro no episódio. Contudo, não há perspectiva de que algum tipo de documento condenando o Brasil possa ser elaborado a partir dos debates.
A aparente indiferença da União Europeia aos apelos da Itália em relação ao caso Battisti se dá porque Bruxelas não tem uma política comunitária de extradições - como existe, desde dezembro passado , em relação à imigração, por exemplo. Logo, cada país trata em separado com seus interlocutores, como a Itália vem fazendo com o Brasil. A mesma razão levou a Comissão de Justiça, Liberdade e Segurança da Comissão Europeia a se recusar a intervir na disputa, na semana passada.
Ao alterar sua agenda de sessões para analisar o caso de Battisti, o Parlamento Europeu atendeu a um pedido do grupo União pela Europa de Nações (UEN) - que reúne partidos de direita e extrema direita na câmara. Apesar da ausência de uma política comunitária de extradições, a copresidente do grupo, Cristina Muscardini, espera obter uma resolução conjunta dos diferentes grupos políticos em relação ao caso Battisti, enviando uma crítica internacional ao governo brasileiro.
"Temos grande admiração e amizade pelo Brasil, mas Battisti é um caso judicial", sustenta a deputada. "Quando em um país democrático há sentenças de condenação contra alguém que comete crimes tão graves, esta pessoa precisa ser extraditada e cumprir sua pena."
A deputada também enviou carta a Mirek Topolanek, primeiro-ministro da República Checa, país que exerce a presidência rotativa do Conselho Europeu. No documento, ela solicitou que, a partir da próxima reunião, ainda em fevereiro, chefes de Estado e de governo dos 27 países que integram o bloco comecem a debater uma política conjunta sobre extradições.
Fonte: Estadão
✅ Clique aqui para seguir o canal do Portal A8SE no WhatsApp
Mais vídeos

Hospital da Criança vem registrando aumento do número de casos graves de síndromes gripais

Sergipe registra recorde histórico de empregos com carteira assinada em maio

Sebrae e a prefeitura realizam inauguração da sala do empreendedor Francisco Pimentel Franco

Direto de Brasília 01/07/25
