Garotinho troca PMDB pelo PR e diz que decisão é `pragmática`

30/09/2015 19h13
Garotinho troca PMDB pelo PR e diz que decisão é `pragmática`
A8SE

O ex-governador do Rio Anthony Garotinho decidiu trocar o PMDB, do qual é presidente regional, pelo PR. Após muitos rumores e contatos com várias legendas, o ex-governador anunciou que deixará o PMDB ainda este mês. Ele classificou a decisão como "pragmática" e não "ideológica", já que pensa em se candidatar ao governo estadual em 2010 e reconhece que a preferência no PMDB é do seu maior desafeto, o governador Sérgio Cabral, que pretende disputar a reeleição com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador indicou que Rosinha e a filha do casal, a vereadora do Rio Clarissa Matheus, devem permanecer no PMDB para não arriscarem seus mandatos.

Prestes a entrar para um partido da base governista, Garotinho mantém sua crítica a Lula, mas agora faz elogios à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, abrindo caminho para apoiá-la se for a candidata do PT à Presidência. Lembrando que foi correligionário de Dilma no PDT, Garotinho disse ter "ótima relação"com a ministra e que poderá apoiá-la.

"Quando ela saiu do PDT, tentou me levar para o PT. Temos uma ótima relação pessoal", disse Garotinho, na entrevista ao programa de TV regional Jogo do Poder, que foi ao ar no domingo, que escolheu para anunciar sua decisão de trocar de partido. Segundo Garotinho, a ex-governadora Rosinha Garotinho (PMDB), mulher dele, foi recebida recentemente por Dilma em Brasília. Rosinha é prefeita de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. "Ela recebeu Rosinha com distinção de amiga. Para nós não há nenhuma dificuldade de entendimento com a Dilma. É uma pessoa com quem tenho muita afinidade pessoal", afirmou.

A decisão de Garotinho frustra a expectativa de tucanos fluminenses de costurar uma aliança com um apoio indireto do ex-governador ao candidato tucano à Presidência no interior e na Baixada Fluminense, áreas onde Cabral parece estar mais desgastado. Garotinho teve encontros com o prefeito tucano de Duque de Caxias, José Camilo Zito, e chegou a cogitar migrar para o PSDB, mas sofreu a oposição dos tucanos da capital. Ele também conversou com o PRB do senador Marcelo Crivella e o PTB do ex-deputado Roberto Jefferson, do qual esteve mais próximo. No entanto, a participação da filha de Jefferson, a vereadora Cristiane Brasil (PTB), no governo do prefeito Eduardo Paes (PMDB), principal aliado de Cabral, impediu a aproximação.

Nos últimos meses, Cabral tentava impedir a saída de Garotinho do PMDB. O governador lidera as pesquisas de intenção de voto, mas a candidatura de Garotinho pode dificultar seus planos, provocando um segundo turno. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) realizada em maio mostra Cabral com 29%, seguido por Fernando Gabeira (PV) com 21% e Garotinho com 18%.

Garotinho confirmou que teve conversas com interlocutores do Planalto, como o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB), mas negou que sua transferência para o PR tenha tido aval do governo federal. Embora admita que troca de partido de olho na cadeira de Cabral, disse que só decidirá se vai concorrer ao Palácio Guanabara novamente no início do ano que vem.

Fonte: Estadão

 

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