Fim da escala 6x1: texto aprovado fixa jornada semanal em 36 horas; veja o que muda

Proposta prevê repouso semanal de dois dias para trabalhadores, preferencialmente aos sábados e domingos

Por Portal A8SE com informações do R7 11/12/2025 17h55

A proposta que reduz a jornada máxima semanal de trabalho para 36 horas e acaba com a tradicional escala 6×1, modelo em que o trabalhador cumpre seis dias de trabalho seguidos por apenas um de descanso, avançou mais uma etapa no Senado Federal. O texto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e seguirá para votação no plenário no ano que vem. A iniciativa tramita na Casa desde 2015 e conta com apoio do governo Lula.

A mudança é considerada uma das mais significativas nas regras trabalhistas desde a reforma de 2017 e tem despertado grande interesse entre trabalhadores de todo o país.

O que foi aprovado

A proposta de emenda à Constituição (PEC) aprovada na Comissão de Constituição e Justiça prevê quatro mudanças centrais:

• Dois dias de descanso por semana, preferencialmente aos sábados e domingos, substituindo o modelo 6×1;
  
• Redução gradual da jornada semanal, que passa de 44 horas para 40 horas até chegar ao limite final de 36 horas;
  
• Manutenção integral do salário, sem qualquer redução de remuneração;
  
• Distribuição da jornada em até cinco dias por semana, ampliando o tempo de descanso e favorecendo a convivência familiar.

O que muda na prática para o trabalhador

Se aprovada em todas as instâncias, a PEC representará uma mudança profunda no cotidiano de quem trabalha com carteira assinada. O principal impacto será no tempo de descanso, já que o trabalhador deixará de atuar seis dias consecutivos para ter dois dias de folga por semana.

Essa alteração deve melhorar a qualidade de vida, reduzir o desgaste físico e mental e permitir maior equilíbrio entre trabalho, saúde e vida pessoal. A redução da jornada também deve trazer mais segurança e menos exaustão, já que o salário será mantido mesmo com menos horas trabalhadas.

Além disso, especialistas avaliam que a diminuição da carga semanal pode estimular a criação de empregos, especialmente em setores que funcionam de forma contínua, como comércio, transporte, saúde e indústria. Isso porque algumas empresas precisarão contratar novos funcionários para manter o nível de produtividade.

O que ainda está em discussão

Antes de virar lei, o texto ainda precisa ser aprovado no plenário do Senado e, em seguida, analisado pela Câmara dos Deputados. Alterações podem ocorrer ao longo da tramitação.

Durante os debates, alguns parlamentares chegaram a sugerir a criação de uma semana de quatro dias de trabalho, inspirada em modelos testados em outros países, mas essa possibilidade não foi incluída no texto aprovado pela CCJ.

Também seguem em análise temas como a transição gradual até chegar às 36 horas semanais e os impactos econômicos da medida para empresas e trabalhadores.

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