Desembargador do Maranhão é acusado de empregar servidores fantasmas

De acordo com a ação ajuizada pelo Ministério Público do Estado, o pedreiro que trabalhava na casa do desembargador foi nomeado como assessor técnico da presidência. O salário era de R$ 8.906,51

30/09/2015 19h02
Desembargador do Maranhão é acusado de empregar servidores fantasmas
A8SE

O desembargador aposentado Galba Maranhão, que presidiu o Tribunal de Justiça do Maranhão de julho de 2006 a abril de 2007, é acusado em uma ação civil pública de ter empregado dez servidores fantasmas em seu gabinete, causando ao Judiciário um prejuízo de R$ 354 mil.

De acordo com a ação ajuizada pelo Ministério Público do Estado, o pedreiro que trabalhava na casa do desembargador foi nomeado como assessor técnico da presidência. O salário era de R$ 8.906,51. A mulher do pedreiro também recebeu um cargo no gabinete com aproximadamente o mesmo salário.

Segundo a investigação, os demais beneficiados eram amigos do desembargador ou parentes da ex-diretora do TJ-MA Sâmia Jansen Pereira, filha de um amigo de Maranhão.

Um dos servidores que recebia sem trabalhar nem mesmo morava em São Luís. A mulher do desembargador, Celia Ramos Maranhão, que não é servidora do Judiciário, também é citada como ré na ação. Segundo depoimentos, ela chegava a participar de reuniões administrativas do TJ e interferia na folha de pagamento.

A reportagem ligou na casa do desembargador aposentado e foi informada de que ele e a mulher estavam viajando e não poderia ser encontrados. A ex-diretora do TJ-MA também não foi localizada.

O ajuizamento da ação acontece na mesma semana em que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) divulgou um relatório no qual aponta 35 problemas encontrados no Judiciário maranhense.

A investigação da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa de São Luís (MA) partiu de uma sindicância criada em 2007 pelo atual presidente do TJ-MA, Raimundo Cutrim, que apurou irregularidades na folha de pagamento.

Segundo o promotor Marcos Valentim, um dos autores da ação, a investigação não encontrou ligação do dinheiro pago indevidamente aos servidores fantasmas com o desembargador. Para aprofundar a apuração, a promotoria pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal dos réus e a indisponibilidade dos bens. A ação civil pública foi distribuída para a 2ª Vara da Fazenda Pública de São Luís e ainda não foi apreciada.

Fonte: Folha OnLine

 

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