Denúncia de mensalão é peça de ficção, diz advogado de Dirceu
Defensor do ex-ministro, Oliveira Lima, diz ter "total tranquilidade" a respeito do andamento do processo
O advogado do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT), José Luís Oliveira Lima, desqualificou nesta quarta-feira, 27, a denúncia do caso que ficou conhecido como "mensalão", em que seu cliente aparece como um dos responsáveis por um esquema de pagamento de propina a parlamentares.
De acordo com a denúncia, os repasses serviriam para influenciar votações no Congresso a favor do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "A denúncia nada mais é do que uma peça de ficção feita pelo procurador-geral da República (Antonio Fernando de Souza)", afirmou Oliveira Lima, ao chegar do Fórum Criminal Federal, na capital paulista, onde começam a ser ouvidas as testemunhas de defesa do `mensalão`.
Foram convocados para falar a favor de José Dirceu na audiência de hoje o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, o deputado federal pelo PCdoB Aldo Rebelo, o ex-presidente do Banco Popular do Brasil (BPB) Ivan Guimarães e o assessor de Dirceu, Roberto Marques. No total, a defesa de Dirceu arrolou 40 testemunhas. As oitivas agendadas para 14 horas, começaram por volta das 14h50.
O defensor de Dirceu, Oliveira Lima, disse ter "total tranquilidade" a respeito do andamento do processo. Ele espera que Márcio Thomaz Bastos, que foi colega de Dirceu no governo federal na época do escândalo, fale sobre a atuação correta do ex-ministro da Casa Civil. De Aldo Rebelo, o advogado espera que o deputado, que tinha forte atuação junto ao Congresso durante o `mensalão`, reafirme que não sabia nada a respeito do esquema.
Rebelo também falará hoje para a Justiça como testemunha de defesa do ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), responsável por denunciar a existência do esquema. Ao chegar ao Fórum, o advogado de Jefferson, Luiz Francisco Barbosa, não quis tecer comentários sobre suas expectativas a respeito do depoimento de Rebelo. Mas afirmou não haver provas de dinheiro público para o pagamento das propinas: "O processo vai terminar em execução bancária porque envolve bancos, mas não prova o uso de dinheiro público."
Das oito testemunha esperadas hoje no Fórum Criminal, seis compareceram. São elas: o marqueteiro Nelson Biondi, testemunha de Henrique Pizzolato, Ricardo Baldassarini, testemunha de João Cláudio de Carvalho, Ivan Guimarães, Márcio Thomaz Bastos, Roberto Marques e Aldo Rebelo. Este último depõe a favor também do ex-deputado federal Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT), e do deputado federal José Janene (PP-PR). A audiência com o secretário extraordinário de Reformas Econômico-Fiscais, Bernard Appy, foi adiada para o dia 1º de junho. Carlos Alberto Libânio, o Frei Betto, não foi localizado para receber a intimação da Justiça.
Fonte: Estadão
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