Cientista cria queijo capaz de ajudar na prevenção e tratamento de doença intestinal

Alimento possui bactéria probiótica que se mostra benéfica contra colite ulcerativa.

Por Redação do Portal A8SE e R7 18/05/2022 09h33
Cientista cria queijo capaz de ajudar na prevenção e tratamento de doença intestinal

Uma pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveu um queijo minas frescal potencialmente capaz de ajudar pessoas com colite ulcerativa, uma doença inflamatória que afeta o cólon e o intestino grosso. Entre os sintomas, estão: dor abdominal e sangramento retal.

O projeto, desenvolvido pela bióloga Bárbara Cordeiro, faz parte de uma pesquisa de doutorado em Inovação Biofarmacêutica, no Laboratório de Genética Celular e Molecular do Instituto de Ciências Biológicas. O trabalho foi eleito o melhor do Programa de Pós-graduação em Inovação Tecnológica da UFMG.

A técnica envolve a adição da Lactococcus lactis NCDO 2118 no queijo, uma bactéria probiótica promissora no combate e tratamento de quadros graves da colite ulcerativa em camundongos.

A colite ulcerativa é descrita como uma "doença intestinal inflamatória crônica em que o intestino grosso (cólon) fica inflamado e ulcerado (com perfuração e erosão) que causam crises de diarreia com cólicas abdominais, sangue e febre".

Por sua vez, as causas da doença são desconhecidas e o diagnóstico é feito por exames como sigmoidoscopia ou colonoscopia. Os tratamentos envolvem o controle da inflamação intestinal, algo que a Lactococcus lactis já tem evidências positivas.

Um estudo de 2014, publicado na revista científica Gut Pathogens, relacionou o probiótico "a uma forma mais branda de colite recorrente do que a observada em camundongos doentes" usados na comparação.

"Nossa intenção principal é tratar a crise: quando o paciente tiver os sintomas, a ideia é que ele consuma o queijo, a fim de diminuir as dores ocasionadas pela inflamação ou até mesmo encurtar o tempo dos sintomas", contou Bárbara em comunicado divulgado pela UFMG.

Ela acrescenta que os animais usados no estudo "apresentaram melhora significativa em todos os parâmetros da doença, por vezes se assemelhando, em alguns indicadores, aos padrões de um animal não doente".

Agora, os resultados positivos vão servir para buscar empresas parceiras na produção do alimento em larga escala.

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