Família do Rio fará 1º enterro de vítima de voo da Air France retirada do mar
Quase mil dias após a queda do voo 447 da Air France, que fazia o trajeto Rio -Paris, às 23h de domingo (4) desembarca no Rio de Janeiro o corpo do mecânico de engrenagens Nelson Marinho Filho, o primeiro dos 104 corpos - retirados do fundo do mar do oceano Atlântico na operação ocorrida em junho de 2011 - que receberá um enterro formal.
O corpo do filho do presidente da Associação das Vítimas do Voo da Air France é um dos 228 passageiros e tripulantes de 32 nacionalidades que morreram na queda ocorrida no dia 31 de maio de 2009. Destes, 153 foram recuperados do oceano e 74 continuam no fundo do mar. Todos foram retirados de uma profundidade de 3,9 km do fundo do oceano Atlântico, incluindo os 18 brasileiros que estavam a bordo.
O funeral está marcado para a segunda-feira, às 16h, no cemitério Jardim das Saudades, em Paciência, zona oeste da capital fluminense.
- Agora o ciclo se fecha. Com o enterro que a gente finaliza e consegue descansar um pouco mais. A luta contra o A330 [modelo do avião que caiu], não para por aqui não. Esse avião nós sabemos que é super automático, tem defeito de fabricação e continha voando e arriscando vidas. Todos os dias saem aviões superlotados.
Corpos e destroços estavam a 3,9 km de profundidade (Divulgação: R7)
As famílias de 19 vítimas do acidente do avião AFF 447 da Air France a um acordo com a companhia aérea francesa para receber uma indenização. O acordo entre a companhia e os representantes legais das famílias foi assinado no Ministério Público no Rio de Janeiro, de acordo com a procuradora Nádia de Araújo.
- As pessoas acham que podem ganhar mais na Justiça, mas os acordos extrajudiciários podem ser mais vantajosos.
Ela destacou ainda que as famílias pediram para manter em sigilo o valor da indenização.
- As pessoas que aceitaram participar do programa estão com dinheiro no bolso, as demais não. Ter R$ 10 mil no bolso hoje é melhor do que ter R$ 10 mil em dez anos, mesmo que receba com reajustes.
A operação para resgatar os corpos terminou no início de junho e de acordo com o Ministério de Transportes francês custou US$ 8,2 milhões (R$ 13,3 milhões). As autoridades francesas decidiram retirar os corpos dos ocupantes do avião após comprovar que eram identificáveis a partir de testes de DNA, apesar de estarem há quase dois anos a grande profundidade.
No último relatório (ainda provisório) apresentado pelo BEA (Escritório de Investigação e Análise, em francês) apontando as possíveis causas do acidente, indicava falta de treinamento dos pilotos.
BEA evitou indicar problema técnico no relatório
Os responsáveis do BEA admitiram que o alarme foi acionado e desativado sucessivamente, mas indicaram que isso não teve relação com nenhum problema técnico, mas com as perturbações registradas ao longo do voo.
O organismo admitiu ainda ter retirado de seu relatório as referências ao alarme porque as investigações sobre esse ponto não foram finalizadas.
O BEA, que detalhou que as conclusões obtidas até o momento são provisórias, afirmou que foi criado um grupo de trabalho para determinar de que forma o comportamento do alarme incidiu na atitude dos pilotos.
No relatório, os investigadores concluíram que os pilotos não estavam preparados para pilotar manualmente o avião em grande altitude, o que os levou a tomar decisões erradas.
Além disso, constataram que os pilotos sabiam que o avião estava em queda livre, mas que não fizeram nada para impedi-lo.
Fonte: R7
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