Brasileira que disse ter sido agredida na Suíça continua sem poder viajar

30/09/2015 19h05
Brasileira que disse ter sido agredida na Suíça continua sem poder viajar
A8SE

A brasileira Paula Oliveira, que disse ter sido vítima de um ataque neonazista na Suíça e foi desmentida pela polícia, voltou ontem a prestar depoimento à Procuradoria de Zurique. Seu passaporte continua retido e ela não pode deixar a Suíça.

A brasileira será submetida nos próximos dias a exame psiquiátrico. "Isso já está encaminhado", afirmou o advogado de Paula, Roger Müller. "Ela não está nada bem, nem de saúde nem do ponto de vista moral."

Em fevereiro, o Ministério Público de Zurique abriu um processo penal contra ela por falsa denúncia, depois que exames mostraram que Paula não estava grávida no momento da suposta agressão, como ela tinha declarado às autoridades.

De acordo com a Promotoria de Zurique, Paula confessou, enquanto ainda estava hospitalizada, que havia mentido sobre a agressão e sobre a gravidez. Na ocasião, o advogado da brasileira afirmou que o depoimento não tem validade jurídica --o que foi posteriormente confirmado pelo Ministério Público.

Ferida

Paula disse que estava grávida de três meses de gêmeas e que, devido a agressões sofridas no dia 9 de fevereiro, sofreu aborto no banheiro de uma estação de metrô nos arredores de Zurique. Segundo ela, o ataque ocorrera enquanto falava ao telefone com a mãe, em português.

Logo após a agressão, a brasileira tirou várias fotos dos locais do corpo que teriam sido alvo dos criminosos e onde foram escrito, com estiletes, os símbolos do partido SVP (Partido do Povo Suíço) --também conhecido como UDC (União Democrática do Centro)-- que defende políticas anti-imigrantes consideradas racistas pela oposição.

Dias após a divulgação do caso, a polícia descartou que Paula estivesse grávida e sugeriu que ela tivesse praticado automutilação.

Fonte: Folha Online

 

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