Beber muito álcool de uma vez dobra os riscos de ter infarto

Quem consome álcool em excesso somente nos fins de semana tem duas vezes mais chances de sofrer uma parada cardíaca

30/09/2015 20h20
Beber muito álcool de uma vez dobra os riscos de ter infarto
A8SE

Quem consome álcool em excesso somente nos fins de semana tem duas vezes mais chances de sofrer uma parada cardíaca do que as pessoas que bebem continuamente. Essa é a conclusão de um estudo feito na França e Irlanda do norte e publicado nesta quarta-feira (23) na revista científica British Medical Journal, do Reino Unido.

A equipe de Jean-Bernard Ruidavets, da Universidade de Toulouse (França), avaliou o consumo de álcool na França e na Irlanda do Norte para verificar se o hábito poderia estar relacionado à diferença de mortalidade por doenças coronarianas constatada nos dois países. Os irlandeses possuem duas vezes mais casos de insuficiência coronariana aguda (infarto do miocárdio e morte coronariana) do que os franceses.

Para verificar a relação, os cientistas acompanharam, durante 10 anos, cerca de mil homens entre 50 e 59 anos de três cidades francesas (Lille, Estrasburgo e Toulouse) e de Belfast, na Irlanda do Norte. Todos os homens estavam livres de doenças cardíacas no início do estudo, em 1991.

Os pesquisadores descobriram que o volume semanal de álcool consumido é praticamente idêntico em Belfast e na França.No entanto, de acordo com Ruidavets, os hábitos de consumo eram "radicalmente diferentes"."Em Belfast, o consumo de álcool estava mais concentrado em um dia da semana [no sábado], enquanto nas três cidades francesas, o consumo estava distribuído de forma mais regular ao longo da semana".

Segundo os pesquisadores, beber quatro ou cinco taças de vinho em uma única ocasião já é considerado consumo excessivo de álcool. Enquanto na Irlanda do Norte a porcentagem de homens com esse hábito foi de 9,4%, na França ficou em 0,5%.
Paralelamente, a incidência anual de mortes coronarianas foi quase duas vezes maior em Belfast (5,63 em 1.000) em relação à França (2,78 em 1.000).

Segundo Jean Ferrières, pesquisador da Universidade de Toulouse, os dois hábitos indicam também consequências contraditórias."Por um lado, consumir uma ou duas vezes grandes quantidades de álcool causa a morte coronariana. Por outro, consumir vinho regularmente protege o coração".

Em Belfast, os homens bebiam principalmente cerveja (75,5%), seguida de destilados (61,3%), sendo o vinho pouco consumido (27,4%). Na França, ao contrário, o consumo de vinho predominava (91,8%)."O consumo de vinho reflete um comportamento de vida diferente com relação ao de cerveja e está associado a outros fatores de proteção do sistema cardiovascular, como a alimentação".

Em editorial publicado pela revista científica BMJ, Annie Britton, cientista da University College London, advertiu contra os efeitos nocivos do álcool, que pode causar outras doenças."É preciso lembrar a todos os grandes bebedores, seja qual for seu hábito de consumo, que [a bebida] aumenta o risco de desenvolver muitas doenças, como a cirrose, a pancreatite crônica e vários tipos de câncer".

Fonte:R7

 

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