Mulheres ocupam 8% do topo das empresas brasileiras

30/09/2015 19h58
Mulheres ocupam 8% do topo das empresas brasileiras
A8SE

Pesquisas divulgadas hoje, 29, pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (antigo Ibmec), afirmam que os Conselhos de administração tendem a barrar a presença feminina em cargos de comando de empresas. A pesquisa foi realizada com 370 companhias de diversos portes, com e sem conselhos de administração em São Paulo.

De forma geral, as mulheres ocupam apenas 8% do topo das empresas brasileiras. Porém, quando analisadas as empresas com conselhos de administração, há uma queda de 12% nas chances de uma mulher se tornar presidente.

De acordo com a pesquisadora e professora do Insper, Regina Madalozzo, o que se sabe é que os conselhos de administração, formado por quem aconselha os profissionais que estão no comando, também são formados majoritariamente por homens.

"Quando há conselhos de administração, eles geralmente optam por contratar um presidente com características semelhantes aos conselheiros. O ser humano lida melhor com quem se parece mais com ele. Se for pesquisar, os conselhos têm mais homens e isso faz com que as mulheres não cheguem até o topo", explicou a autora da pesquisa.

Regina também afirma que a tendência não ocorre somente no Brasil, mas no mundo inteiro, e que é algo que não acontece de maneira proposital nem intencional, mas que remete a uma característica do próprio ser humano.

Questionada sobre se acredita em uma mudança deste cenário em curto prazo, ela disse que não, a não ser que ocorra alguma modificação na legislação. Ela explicou que existem países europeus com cotas para mulheres nos conselhos de administração, o que abre mais espaço para um comando feminino nas empresas, sendo que no Brasil isso não foi cogitado ainda.

"Eu acredito que uma lei pode ajudar a transformar mais rápido, mas ela é de curto prazo. A mudança tem de ser cultural", afirmou.

Limitadores
Na pesquisa, os conselhos de administração foram apontados como o principal limitador às mulheres, uma vez que detectou-se que elas têm nível de graduação similar ao dos homens.

Além disso, elas chegam ao topo do organograma das empresas mais rápido e mais novas, quando isso ocorre. "Quer dizer que essas mulheres que foram escolhidas são diferentes e com perfil mais desafiador e agressivo", concluiu Regina.

As pesquisas também apresentaram dados que confirmam a diminuição em 12% as chances de uma mulher ocupar cargos de comando em empresas e quando o controle acionário não pertence totalmente aos executivos, ou a administração tende a ser mais profissional, reduz-se em 9% as chances de uma mulher ser CEO

Fonte: Infomoney

 

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