Economia e Inovação

Por: Sudanês B. Pereira

Economista, com formação na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Mestre em Geografia (desenvolvimento regional) e Especialista em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Experiências no setor governamental (municipal e estadual), setor privado (Associação Comercial Empresarial de Sergipe - ACESE e Federação do Comércio de Bens e Serviços e Turismo - Fecomércio), foi professora substituta no Departamento de Economia na UFS, pesquisadora e uma das fundadoras do Núcleo de Propriedade Intelectual, hoje Cintec-UFS.

Vendas do e-commerce totalizam R$ 53 bilhões no 1º Semestre de 2021

17/11/2021

A ebit realiza desde 2001 a pesquisa Webshoppers, relatório de maior credibilidade sobre o comércio eletrônico brasileiro, e considerado a principal referência para os profissionais do segmento.

O relatório apresenta as principais movimentações do e-commerce no Brasil durante o primeiro semestre de 2021, bem como as mudanças de comportamento e preferências dos consumidores. Os insights obtidos pela pesquisa visam traçar o rumo do mercado de compras online e contribuir para o entendimento e desenvolvimento do setor.

A Pesquisa foi realizada com o painel de consumidores online Ebit l Nielsen, com uma amostra de 3.571 consumidores do Brasil.

Visão geral do comércio eletrônico no Brasil

As vendas de e-commerce no país atingiu o maior patamar histórico, totalizando mais de 53 bilhões no primeiro semestre de 2021, um crescimento de 31% em relação ao semestre anterior. O gráfico abaixo ilustra a evolução das vendas de e-commerce no Brasil no primeiro semestre de cada ano.

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Gráfico 1. Brasil: Evolução das Vendas do Comércio Eletrônico (em R$ bi).png

A pandemia fez os brasileiros aderirem às compras digitais, foram cem milhões de pedidos no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 7% em relação ao semestre anterior, que por sinal também foi relevante - 93 milhões de pedidos. O ticket médio também teve uma evolução crescente em 2020 e no primeiro semestre de 2021. Ver o gráfico 2.

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Gráfico 2. Brasil: Evolução dos Pedidos e de Ticket Médio do Comércio Eletrônico.png

A quantidade de consumidores do e-commerce no Brasil deu um salto em 2020, com um crescimento de 40% no 1º semestre de 2020, em relação ao 1º semestre de 2019 - a pandemia foi o turning point do e-commerce em 2020. No primeiro semestre de 2021 há uma estabilidade no número total de consumidores do e-commerce, e uma entrada de 6,2 milhões de novos consumidores no e-commerce brasileiro. Ver o gráfico 3.

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Gráfico 3. Brasil: Evolução da Quantidade de Consumidores do e-commerce (em milhões).png

A pesquisa mostrou que no 1º semestre deste ano, tanto os novos consumidores (ticket médio R$ 556) quanto os consumidores recorrentes (ticket médio R$ 531), tiveram um ticket médio maior do que o 1º semestre de 2019. Além disso, o ticket médio dos novos consumidores teve um crescimento de 31% em relação ao semestre anterior, maior que o total e-commerce.

O Caminho do e-Commerce

A pesquisa revela que os sites de buscas e as redes sociais são os principais caminhos para as lojas. Para o segmento automotivo, 41% dos consumidores informaram que essa foi a porta de entrada para a loja, 34% para o segmento de casa e decoração e 30% para o segmento de roupas/calçados.

A “Live Commerce” é a nova forma de comprar online no país. Essa forma permite que os consumidores interajam ao vivo com influenciadores e vendedores. A Live Commerce chegou no país em 2020 e teve uma média de 10% em conversões de vendas no ano de 2020.

Dispositivos Utilizados no e-Commerce

O mobile se destacou frente ao desktop em faturamento e número de pedidos. Em 2021, 53% do faturamento (R$ 28 bilhões) foi oriundo do mobile e 47% do desktop. O ticket médio das vendas via mobile foi de R$ 502 no 1º semestre de 2021.

O e-commerce do Ponto de Vista Regional

A região sudeste contribuiu com 51% para o crescimento do e-commerce no país, a região sul com 25%, nordeste 12%, centro-oeste 8% e região norte com 5%.

O e-commerce e os Aplicativos de Delivery

A pesquisa mostrou a força dos aplicativos de entrega para o comércio eletrônico. Para 73% dos consumidores, o motivo de comprar pelo app é que eles não precisam sair de casa, ou seja, promove comodidade e praticidade. O preço também é um fator para se utilizar os aplicativos de delivery. Ver o mapa abaixo.

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Mapa 1. Brasil: E-commerce - Motivos de Compra pelo App.png

Que tipo de promoções os consumidores preferem? a pesquisa mostrou que os consumidores preferem o frete grátis (75%), cerca de 70% mencionaram cupom de desconto, 59% preferem desconto de preço (15%, 10% etc), 30% dos consumidores mencionaram preferir mais produtos do mesmo item (3x2, 2x1, etc), 23% preferem desconto de frete.

Os aplicativos são uma tendência e estão aí para facilitar e fazer a mediação entre a loja e o consumidor, de uma forma mais ágil e fácil.

Considerações

O comércio eletrônico permite as empresas ganhar vantagem competitiva, uma vez que a empresa passa a ter um novo canal de comercialização de produtos e serviços. Mas o e-commerce possui outras vantagens, em especial para os consumidores, como proporcionar compras mais eficientes, oferecendo um maior leque de escolhas, preços mais baixos e serviços personalizados. O consumidor passa a ter uma fonte de informação constante sobre novos tipos de produtos, podendo comparar preços, prazos de entrega, encontrar informações sobre empresas, produtos e concorrentes, e lançamentos de produtos.

O relatório do ebit deixa muito claro que o comércio eletrônico no Brasil é uma realidade. O acesso a internet, a difusão do uso de smartphones e, mais recente ainda, a pandemia da Covid-19, são fenômenos que contribuíram para o sucesso do comércio eletrônico no país. Daqui pra frente, a expansão do e-commerce é a regra.