Economia e Inovação

Por: Sudanês B. Pereira

Economista, com formação na Universidade Federal de Sergipe (UFS), Mestre em Geografia (desenvolvimento regional) e Especialista em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Experiências no setor governamental (municipal e estadual), setor privado (Associação Comercial Empresarial de Sergipe - ACESE e Federação do Comércio de Bens e Serviços e Turismo - Fecomércio), foi professora substituta no Departamento de Economia na UFS, pesquisadora e uma das fundadoras do Núcleo de Propriedade Intelectual, hoje Cintec-UFS.

Agronegócio Brasileiro tem Superávit de US$ 10,1 Bilhões

16/08/2021

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou, em sua Carta de Conjuntura No 52, que a balança comercial dos produtos do agronegócio brasileiro fechou o mês de julho com superávit de US$ 10,1 bilhões.

As exportações do agronegócio alcançaram US$ 11,29 bilhões e as importações US$ 1,23 bilhões. Fazendo a comparação com julho de 2020, houve alta de 38,6% nos preços médios das exportações, já no acumulado do ano, houve alta de 20,8%. Segundo o Ipea, o preço médio dos produtos embarcados no Brasil seguem com tendência de alta.

Segundo o IPEA, alguns produtos do agronegócio brasileiro alcançaram volumes recordes de exportação ao longo do primeiro semestre de 2021, a saber: café, açúcar, algodão e carne suína. No acumulado do ano, de janeiro a julho de 2021, os produtos com maior variação positiva nos preços médios foram soja (28,6%), milho (22,2%), madeira (15,0%), e açúcar (14,7%). Ver o gráfico abaixo com os demais produtos e suas variações de preços.

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Brasil- Variação (%) dos Preços dos Produtos do Agronegócio (Jan-jul:2021) .jpg

Segundo a Embrapa, a soja é a mais importante cultura brasileira em termos de valor da produção. O complexo da soja – soja em grão, farelo e óleo de soja – liderou as exportações em julho. No acumulado do ano, o complexo da soja acumula uma variação de 24,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, perfazendo um total de US$ 34 milhões, resultado do aumento de 28,6% nos preços médios de grãos.

A carne bovina é um dos produtos mais importantes na balança comercial do agronegócio. Segundo o IPEA, o exportador de carne bovina tem enfrentado, dois problemas internos: 1. a baixa oferta de “boi acabado” no país – a expressão significa o boi pronto para o abate, aquele que atingiu o peso ótimo para comercialização -; 2. a difi­culdade para a obtenção de contêineres para escoar o produto.

O Brasil é o segundo maior produtor mun­dial dessa commodity, e o maior expor­tador mundial. Porém, desde 2020 o país enfrenta queda na oferta doméstica, o que acaba refletindo nos preços. O relatório do IPEA mostra que em julho deste ano, o preço médio de carne bovina embarcada chegou a US$ 5.280/t, em julho de 2020 o preço médio era US$ 4.003/t – o equivalente a um au­mento de 31,9%. As exportações de carne bovina, no período de janeiro a julho deste ano, alcançaram a cifra de US$ 5,0 milhões.

O açúcar foi o segundo produto que apresentou maior queda na quantidade exportada (-25,0%) em julho de 2021, em relação ao mesmo mês de 2020. Segundo o relatório, apesar da queda das exportações em julho, no acumulado do ano (jan-jul), as exportações tiveram um saldo positivo de 21,6%, se comparado ao mesmo período de 2020. As exportações somaram US$ 4,9 milhões. Os destinos mais importantes das exportações de açúcar são China, Argélia, Bangladesh, Nigéria, Arábia Saudita, Indonésia, Irã, Malásia e Canadá.

Com relação às exportações de carne de frango, os dados do IPEA mostraram que no período de janeiro a julho de 2021, foram exportadas 2,5 mil toneladas, acumulando um saldo de US$ 4,1 milhões. As exportações de carne de frango têm como principais destinos a China, Arábia Saudita, Japão, Emirados Árabes, Países Baixos, Reino Unido, África do Sul, Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul, Iêmen, Rússia, Chile e México.

De acordo com o relatório do IPEA, os produtos, carnes suína e de frango, têm apresentado crescimento nas exportações brasileiras em decorrência de problemas sanitários nos países de destino. Os maiores destinos das exportações de carne suína são China, Hong Kong, Chile, Cingapura, Uruguai, Argentina e Japão.

Até mais!