Laudo inicial de homem que morreu em festa eletrônica aponta uso de droga sintética

Por Com informações da SSP/SE 13/12/2017 15h32
Laudo inicial de homem que morreu em festa eletrônica aponta uso de droga sintética
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Foto: SSP/SE

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) divulgou o resultado do laudo inicial realizado no corpo de Carlos Henrique, de 32 anos. O rapaz morreu durante uma festa eletrônica, no dia 15 de julho deste ano, realizada no Bairro Mosqueiro, em Aracaju.  O inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e o laudo do Instituto Médico Legal (IML) ainda serão concluídos.

Segundo os médicos, o laudo inicial já apontava o uso de um psicotrópico. O perito Ricardo Leal em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) conseguiu identificar em análise a droga n-etilpentilona.

"Levamos uma amostra de sangue da vítima para a Unicamp. Lá o professor José Luiz Costa se colocou à disposição para nos ajudar, para que nós pudéssemos fazer essa análise lá, então levamos o material para o laboratório de toxicologia do Hospital das Clínicas da Unicamp e a partir daí identificamos uma substância chamada n-etilpentilona. Foi a única substância ilícita que encontramos na mostra de sangue e que, possivelmente, produziu a intoxicação e foi um dos fatores que levou à morte", relatou o perito da SSP/SE.

De acordo com a SSP, a nova droga tem uma potência maior que o ecstasy, o que pode contribuir para a morte do usuário. Artigos científicos relatam que essa droga causa euforia, agitação, aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos.

"Segundo relato da doutora Mônica Santana, que é perita médica legal que realizou a necropsia, pode ser um fator que contribua para a morte. Ele foi intoxicado por essa substância. Então podemos afirmar é que consumo dessa droga contribuiu sim para a morte dele", explicou Ricardo Leal.

Esse é o primeiro caso de morte relacionado a droga registado no Brasil. No início do ano, a droga entrou na lista da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

"Essa substância não era proibida no Brasil até março deste ano, quando a Anvisa atualizou a portaria 344. É uma substância que está circulando não só aqui, mas em diversos estados do Brasil. [...] Esse foi um fato inédito no Brasil. Nós não temos nenhum outro registro relacionado a essa droga como sendo um fator de influência para morte de alguém, até por ser uma droga sintética relativamente nova. Outro registro de morte possivelmente provocado por essa droga foi nos Estados Unidos, no qual encontramos em um artigo científico no início deste ano. Essa inclusive foi a mais consumida no primeiro semestre nos Estados Unidos. Infelizmente acabamos identificando a presença dessa droga em um caso com vítima fatal, mas sempre estamos alertando para que as pessoas não consumam drogas porque ocorreu com essa, mas novas drogas sintéticas sempre aparecem e infelizmente outras pessoas também poderão morrer caso consumam essas substâncias", destacou o perito Ricardo Leal.

 

 

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