Paciente do Huse é transferido e família reclama de não ter sido comunicada
A família do idoso Arnaldo Mendes de Lima, 71 anos, que se recupera de um AVC, teve uma surpresa ao chegar ao Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE) para visitá-lo. O paciente não estava mais internado na unidade de saúde e havia sido transferido para outro hospital sem o conhecimento dos familiares.
De acordo com a família, ele chegou ao HUSE no início de agosto e ficou internado por uma semana no local. No domingo (16), quando os filhos chegaram ao hospital para visitar o pai, foram informados que o paciente não estava lá. O idoso havia sido transferido para o hospital de Lagarto, às 22h do sábado, e a família não foi informada.
“Chegamos lá foi aquela surpresa, aquela correria para saber onde ele estava. E o pior, é que ninguém do hospital sabia informar onde ele estava. Procuramos na ficha da assistência social, e não constava o nome dele. Disseram que tínhamos que procurar o responsável pelo plantão, mas também não sabiam informar. Até que chegamos a ouvidoria do Huse e eles disseram que meu pai tinha sido transferido para Lagarto”, conta uma das filhas do paciente, Arleide Xavier.
Não bastasse a revolta da transferência, a família ainda denuncia que o pai chegou ao hospital de Lagarto sem prontuário. “Nós fomos visitar ele e verificamos que ele foi transferido sem os exames, sem a relação dos problemas que ele enfrenta. Falamos com os médicos do hospital e eles disseram que não sabiam o que o meu pai tinha. Como eles vão cuidar dele, sem saber nem o que tem? Isso é um absurdo. Estão colocando a vida do meu pai em risco”, reclama Arleide.
Outra problemática, é que segundo a família, ninguém tem condições de arcar despesas para acompanhar o idoso no interior. “No dia em que fomos visitar ele, pegamos um carro emprestado de um amigo para ir em Lagarto. Todos nós estamos desempregados, não temos dinheiro para ficar viajando para lá, nem para pagar pousada. Então, meu pai vai ficar lá jogado, sem ninguém para cuidar”, destaca a filha.
Agora, os familiares lutam para que o pai seja novamente transferido para o Huse. No entanto, segundo a família, a diretoria do hospital diz não ter vaga. “Nós só queremos que ele volte para Aracaju, não precisa ser no Huse. Meu pai não pode ficar lá jogado em Lagarto, sem nenhum familiar por perto. Isso não pode ficar desse jeito”, relata Arleide.
De acordo com o assessor de comunicação da Secretaria de Saúde, Alberto Jorge Figueredo, essas transferências estão sendo realizadas com o consetimento do Ministério Público Estadual, diante da situação de superlotação do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE). Ainda segundo o assessor, no caso do paciente Arnaldo, ele precisava de uma UTI e se permanecesse no hospital da capital teria que esperar o atendimento a 35 pessoas até que chegasse a sua vez.
"Regulamos para o Hospital de Lagarto, pois lá temos UTI's disponíveis e mais modernas. Esse procedimento foi feito para que fosse prestado um atendimento mais eficaz e rápido ao paciente", explicou Alberto Jorge.
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