Vereadores debatem torcidas organizadas nos estádios

A legalização das torcidas organizadas nos estádios de futebol do Estado foi tema de debate

30/09/2015 20h01
Vereadores debatem torcidas organizadas nos estádios
A8SE

A legalização das torcidas organizadas nos estádios de futebol do Estado foi tema de debate em Sessão Especial realizada na Câmara Municipal de Aracaju nesta segunda (28). O encontro serviu para refletir e propor uma revisão de resolução judicial que proíbe a entrada de membros uniformizados nas dependências do Estádio Lourival Baptista (Batistão). A medida, implantada em outubro de 2009, foi a forma encontrada pela Justiça para evitar atos de violência entre as torcidas dos times sergipanos.

O promotor de Justiça, Deijaniro Jonas, mostrou dados que registram a ligação da rivalidades entre as torcidas Trovão Azul (Confiança) e Esquadrão Colorado (Sergipe) a homicídios e atos de violência ocorridos na capital sergipana. "A ausência de torcedores nos estádios não pode ser debitada a esta medida. Precisávamos tomar uma medida urgente e a decisão foi impedir a manifestação das torcidas nas arquibancadas", afirmou.

Promotor Deijaniro Jonas durante a sessão especial (Foto: Sérgio Ferreira)

 

A delegada Katarina Feitosa, coordenadora das Delegacias da Capital, frisou sobre a necessidade de tomar medidas veementes no sentido de evitar que a comunidade seja prejudicada pela ação de algumas pessoas que se utilizam do esporte para promover a violência. "O problema não são as torcidas, mas os malfeitores que se escondem atrás de camisas de times e de torcidas, para praticarem delitos. Isso já está amedrontando as crianças e jovens. Muitos torcem pelo time, mas não vestem a camisa com medo da violência", disse a delegada.

"A decisão da 12ª Vara Cível da Comarca de Aracaju é simples e objetiva. Culpá-la pela falta de torcedores nas arquibancadas é um grande engano, pois os membros da torcida recebem ingressos de graça. Quem não está podendo ir ao estádio são os homens de bem, por conta da violência. Inclusive, quero dizer aqui que não se surpreendam se nos próximos dias, a SSP apresentar um envolvido em homicídio que é membro de torcida organizada", ressaltou o coronel da PM, Maurício Yunes, coordenador de Policiamento da Capital.

O representante da torcida Trovão Azul, Júnior, classificou como ineficaz a decisão judicial, uma vez que os malfeitores não mais vestem a camisa do time, mas continuam a praticar a violência no estádio e também nos bairros da capital. "Ela não atinge o problema pela raiz. Ainda vale destacar o despreparo dos policiais que atuam no estádio. No recente duelo entre Sergipe e Confiança, no momento do intervalo, todo o efetivo desceu para lanchar e então os marginais entraram em confronto. E esse despreparo também vai para fora do estádio, pois hoje o nosso grande problema é a impunidade. De todos os homicídios que têm ligação com a torcida organizada tem apenas um preso", declarou.

O secretário de Estado do Esporte e Lazer, Maurício Pimentel, e o presidente da Federação Sergipana de Futebol (FSF), Carivaldo Rezende, também participaram da sessão.

Com informações da Ascom/CMAJU

 

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