Vice-presidente defende que definição da taxa de juros seja política

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se nos próximos dias 20 e 21 para discutir o valor da taxa, hoje fixada em 13,75% ao ano.

30/09/2015 19h00
Vice-presidente defende que definição da taxa de juros seja política
A8SE

 

José Alencar (Foto:Geraldo Freire)

O vice-presidente, José Alencar, disse que a política monetária adotada no país desestimula os investimentos.

 

"A política monetária restritiva desencoraja investimentos porque desencoraja também o consumo. Então, se de um lado estamos precisando estimular os investimentos e o consumo, nós temos de praticar custo de capital compatível com o crescimento. Do contrário, estaríamos fazendo coisas diametralmente opostas", afirmou Alencar, ao ser questionado se a taxa de juros do Banco Central pode ter contribuído para a queda da produção industrial em novembro.

A produção do setor recuou 5,2% em novembro, após retração de 1,7% verificada em outubro. Os números apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representam a maior queda na atividade fabril desde maio de 1995 (-11,2%). Somente em outubro e novembro, a queda acumulada no setor foi de 7,9%.

Crítico da atual taxa de juros do país, o vice-presidente afirmou que a definição da taxa básica de juros, Selic, é uma decisão política."Isso não é assunto para técnicos. Isso é assunto para decisão política. O que nós temos que fazer é dar ao Banco Central uma ordem para que pratique taxa de mercado, nem maior e nem menor do que os outros países", declarou.

 

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reúne-se nos próximos dias 20 e 21 para discutir o valor da taxa, hoje fixada em 13,75% ao ano. Na última reunião do colegiado, em dezembro, a Selic foi mantida no percentual anterior.

Para Alencar, se o governo investir em infra-estrutura, educação e saneamento básico, terá mais chances de afastar os impactos da crise financeira mundial."Se o Estado fizer isso e pode fazer, espantamos a crise", afirmou, sem citar possíveis medidas por parte do governo. Para ele, a maior preocupação deve ser o desemprego em massa.

"Não tem coisa mais cruel do que um chefe de família, de certa idade, receber a notícia de que perdeu o emprego e chegar a sua casa e contar a mulher que está desempregado".

 

Com informações da Agência Brasil

 

 

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