Sergipe

Questão salarial gera conflito entre Polícias Militar e Civil

A divergência entre as policiais Militar e Civil é histórica, mas nos últimos dias vem ganhando proporções ainda maiores, devido a questões salariais. Insatisfeitos com a política salarial imposta pelo governo do Estado, a Polícia Militar vem realizando diversos atos de protestos e um dos alvos tem sido a Polícia Civil que conseguiu acertar as contas com o governo, obtendo um ganho salarial maior que os colegas militares.

O conflito entre as duas classes ganhou às ruas da cidade. Durante a solenidade de entrega de novos equipamentos para a Secretaria de Segurança Pública, ocorrida ontem (21), militares estenderam uma faixa na Praça Fausto Cardoso, onde mostraram a disparidade salarial entre as duas polícias e nas entrelinhas denunciaram os privilégios da civil diante da miséria dos militares.Temendo um conflito entre civis e militares, o comando da PM ameaçou retirar a faixa caso a medida não fosse tomada voluntariamente pelos manifestantes. Somente após alguns momentos de negociação, a faixa foi retirada.

"O que foi concedido aos policiais civis não foi fruto de casuísmo, mas resultado de muita luta, da qual ainda se arca com ônus, a exemplo da aberta perseguição do nosso vice-presidente, Antônio Morais, assim como de diversos diretores e associados mais próximos. Além do mais, o que foi conquistado pela PM em 2008 foi exatamente aquilo que foi acordado com suas entidades representantes, que inclusive manifestavam-se como satisfeitas até que o governador anunciou o resultado da negociação com a polícia civil", enfatiza Ricardo dos Reis Tavares, presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Sergipe (Sinpol).

O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, capitão Samuel foi enfático ao afirmar que o Sinpol apenas tem atrapalhado as negociações dos militares junto ao governo do Estado e voltou a afirmar que o governador, Marcelo Déda, agraciou os policiais civis, deixando de lado os militares. "Não precisamos da ajuda de ninguém para buscar nossos direitos. O melhor é que o vice-presidente do Sinpol, Antônio Morais siga o caminho dele", acrescentou o capitão.

Diante dos constantes ataques, o Sinpol enfatiza que ao longo de sua campanha salarial buscou tomar como referência os delegados (integrantes de um cargo diverso, mas da mesma carreira policial civil), bem como a Polícia Federal (polícia judiciária da união), não buscando comparação com categorias sem nenhum tipo de vínculo institucional comparativo, o que é o caso quando se trata de uma instituição civil e outra militar.
"Inclusive esta última possui vantagens ímpares do ponto de vista previdenciário, as quais sequer cogitamos pleitear, pois conhecemos as diferenças institucionais que nos separam. Não obstante, faço questão de reforçar, todo o companheirismo que a complementaridade de nossas funções suscita", lembra Ricardo Tavares.