Queima de estoque deverá causar suspensão das atividades por mais de 30 dias
Duzentas toneladas de resíduo de algodão foram consumidas pelo incêndio na Fábrica Fibra Forte do Brasil Ltda, no município de Frei Paulo, o que corresponde a um prejuízo estimado em R$ 500 mil. O material era suficiente para manter a produção por 30 dias. O fogo que começou na noite dessa quarta-feira (14) atingiu dois dos três galpões onde eram mantidos os estoques. Neste momento, viaturas do Corpo de Bombeiros continuam nas dependências do estabelecimento tentando apagar os focos de incêndio que ainda existem.
De acordo com a direção da empresa, as cargas com algodão chegaram na manhã de ontem (14), sendo descarregadas e estocadas no mesmo dia. Com esse material a fábrica iria retomar as atividades que estavam parcialmente suspensas, justamente pela falta de matéria-prima.
Como não estava havendo produção, os 105 operários entraram em férias coletivas e retornaram ao trabalho no início deste mês. Nessa quinta-feira, a produção deveria recomeçar a todo vapor, mas os planos foram destruídos junto com as chamas que queimaram todo o estoque. É o que afirma Giseldo dos Santos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Têxtil de Sergipe.
O fogo começou por volta das 19horas. Nesse horário, a fábrica estava parada e poucos operários estavam no local. Logo que o incêndio começou em um dos galpões, os funcionários tentaram apagar com baldes d`água, mas a iniciativa foi em vão. Rapidamente as chamas atingiram o segundo galpão, chegando a cerca de 30 metros de altura.
Produção prejudicada
De acordo com o sindicalista, Giseldo dos Santos, a Fábrica vinha trabalhando apenas com 40% de sua capacidade de produção porque estava encontrando dificuldades de obter o resíduo do algodão junto aos fornecedores. "Na quarta-feira (14) a direção do Sindicato e da empresa se reuniram para discutir o problema. Os empresários estavam buscando uma solução", afirma ele.
Em julho do ano passado, devido à crise, a Fábrica havia demitido 55 operários. Em dezembro passado outros 30 também perderam o emprego. A crise enfrentada pela empresa vinha sendo acompanhada de perto pelo Sindicato. "Na última reunião mantida no ano passado, os donos da fábrica têxtil afirmaram que estavam sem matéria-prima e que a pouca produção não tinha sido vendida. Os empresários também disseram que não contavam com qualquer incentivo do governo do Estado", relata Giseldo dos Santos.
Diante do cenário, nada favorável, para os trabalhadores, o sindicalista disse que o problema foi encaminhado a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico que assegurou incentivo fiscal para a Fibra Forte a partir deste mês de janeiro.
Com o novo incêndio- o primeiro ocorreu no ano passado e foi de baixa proporção- o Sindicato teme novas demissões, isso porque a produção deverá ser suspensa. "O maquinário não foi atingido pelo fogo, no entanto, não há matéria-prima para trabalhar", alerta Giseldo.
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