MPF-SE denuncia Zuleido e outros acusados de corrupção

Seis pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal em Sergipe, entre eles, o empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama e acusado de chefiar um esquema de corrupção, e o ex-superintendente da Polícia Federal em Sergipe, Paulo Rubem Patury.

30/09/2015 19h02
MPF-SE denuncia Zuleido e outros acusados de corrupção
A8SE

 

A Procuradoria da República em Sergipe denunciou o empresário Zuleido Veras, os ex-superintendentes da Polícia Federal Paulo Rubem de Carvalho Patury Filho e Joel Almeida e mais outras três pessoas. A ação é resultado do desdobramento da Operação Navalha, deflagrada em maio de 2007 e que resultou na prisão de mais de 40 pessoas, acusadas de desvio de verbas públicas e fraudes em licitação.

 

De acordo com os autos, Patury recebeu de Zuleido, "em razão do cargo público por ele ocupado", a quantia de R$ 7.000,00. "A vantagem indevida foi concedida a Patury por Zuleido por intermédio do também denunciado Francisco de Assis Borges Catelino, para custear sua festa de posse no cargo de Superintendente da Polícia Federal no Estado de Sergipe, que aconteceu no dia 06 de dezembro de 2005".

 

De acordo com os procuradores que assinam a denúncia, a concessão da vantagem foi intermediada pelos denunciados Catelino e Joel -este último delegado de Polícia Federal aposentado - que tinham contato pessoal com Zuleido e com Florêncio Brito Vieira, "atuando como lobistas dos interesses da Gautama junto a órgãos públicos de diversos Estados, tudo demonstrado pelas conversações interceptadas e transcritas, constantes do já mencionado "relatório parcial de inteligência" produzido pela Polícia Federal, na parte a que se refere a "Evento DPF Rubem Patury".

 

De acordo com o MPF, em outras conversas fica constatado que "Patury recebeu novas vantagens indevidas da construtora Gautama, provavelmente para custear a sua (pretensa) campanha de deputado estadual no Tocantins", onde foi superintendente antes de ser designado para Sergipe.

A utilização pela Procuradoria da República em Sergipe dos dados constantes do Inquérito 544 (Ação Penal nº 536), em curso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), inclusive das interceptações telefônicas, foi autorizada pela ministra relatora Eliana Calmon, que atendeu a pedido formulado pelo MPF-SE.

Para os procuradores da República que assinam a denúncia, Paulo Gustavo Guedes Fontes, Ruy Nestor Bastos Mello e Eduardo Botão Pelella, Zuleido desejava contar com a boa vontade de Patury para evitar problemas com a Polícia Federal em Sergipe. A Gautama vinha executando as obras da Adutora do São Francisco, consideradas irregulares pela Controladoria-Geral da União (CGU), que estimou em mais de R$ 170 milhões o prejuízo causado ao erário.

Na época, de acordo com os procuradores, o MPF-SE já havia começado as investigações sobre as obras e numa das conversas interceptadas Zuleido demonstra preocupação com a requisição feita pelos magistrados de Notas Fiscais da tubulação para a adutora. Segundo a denúncia, "diante dos interesses escusos no Estado de Sergipe e mormente em razão das investigações já encetadas à época pelo Ministério Público Federal, a concessão de vantagens a Patury tinha o objetivo de determiná-lo a favorecer Zuleido e a Gautama no âmbito de sua atuação funcional".

Além de Zuleido, Patury e Joel, foram denunciados também Magna Soraya da Silva Patury (esposa do ex-superintendente), o empregado da Gautama, Florêncio Brito Vieira, e os lobistas Francisco de Assis Borges Catelino e Joel Almeida de Lima.

 

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