Manifesto causa congestionamento de quase 3 km
Pescadores-manifesto (Foto: Sérgio Ferreira)
Por quase 40 minutos a ponte sobre o Rio São Francisco que liga Sergipe a Alagoas ficou interditada. O bloqueio aconteceu na manhã desta quarta-feira (14) e o tempo foi o bastante para causar um congestionamento de quase 3 km. A pista foi fechada por pescadores de 11 Colônias do Baixo São Francisco. O protesto foi contra o atraso no pagamento do seguro-desemprego. Entre os manifestantes estavam pescadores de camarão e de peixe. Só da Colônia de Pescadores do município de Canindé do São Francisco cerca de 1.500 até agora não receberam o benefício. Do município de Propriá são 800 que enfrentam o mesmo problema. Em Sergipe são cinco mil. É o que afirma o presidente da Federação das Colônias de Pescadores de Sergipe, Marcos Santos de Menezes. Ele afirma que o manifesto é uma forma de chamar a atenção da sociedade e das autoridades para o problema. "Os trabalhadores dependem dessa atividade para sobreviver. Estamos num período de defeso e o seguro-desemprego passa a ser a fonte de renda e para a maioria é a única. Os pescadores estão desesperados porque estão sem receber dinheiro", disse ele.De acordo com o presidente da Federação, o atraso vem ocorrendo por conta da burocracia. "Toda a documentação necessária foi encaminhada a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego dentro do prazo estipulado, mas devido a pendências de algumas colônias, os pedidos dos benefícios ficaram emperrados", explica.
Das 19 Colônias de Pescadores existentes em Sergipe, 11 estão em situação irregular, admite Marcos Menezes. Ele afirma, no entanto, que todas já providenciaram a documentação exigida pela Superintendência Regional do Trabalho.
Novo manifesto
Munidos de faixas e cartazes, o manifesto ocorreu de forma tranqüila. Toda a mobilização foi acompanha de perto pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Militar. O bloqueio ocorreu do lado Sergipe, mas como as duas pistas ficaram interditadas, o protesto também afetou o lado de Alagoas.
Alguns motoristas não esconderam a irritação diante do movimento sindical. O gaúcho, Cláudio Bismarque, que saiu de São Paulo com destino a Recife não se conformava com o atraso. "Tenho horário a cumprir. É um absurdo", disse. Já o carreteiro, José Bonifácio, que saiu do Rio de Janeiro com destino a João Pessoa apoiou o protesto. "Se o trabalhador não fizer barulho nada muda", afirma.
Ainda esta semana, os pescadores voltam a se reunir e a depender do resultado da reunião mantida com representantes da Superintendência Regional do Trabalho na última segunda-feira poderão fazer um novo manifesto na ponte. "Não descarto essa possibilidade", afirma Marcos Menezes momentos após entrar em acordo com a Polícia Rodoviária Federal e liberar a ponte para o tráfego normal de veículos.
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