Julgamento de anistiados é destacada por Henri Clay

30/09/2015 19h11
Julgamento de anistiados é destacada por Henri Clay
A8SE

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Sergipe (OAB-SE), Henri Clay Andrade, destacou hoje (19) a importância do ato de julgamento dos 34 processos requeridos por sergipanos que se declararam vítimas do regime militar, iniciado com o golpe de Estado ocorrido no dia 31 de março de 1964.
Alguns processos foram julgados procedentes, como é o caso do atual secretário de Justiça, Benedito Figueiredo, indenizado com R$ 165 mil; o advogado Jugurta Barreto, que teve uma indenização de pouco mais de R$ 13 mil, e Rosalvo Alexandre, R$ 55 mil. Em outros, a Comissão de Anistia reconheceu a legitimidade dos pedidos e formulou, publicamente, em clima de forte emoção e pesar o pedido de perdão em nome do Estado brasileiro pelas atrocidades cometidas pelos idealizadores do golpe de 1964.
Houve ainda alguns processos que foram transformados em diligência por falta de provas nos autos, como no caso de Augusto Leal Garcez. Outros foram indeferidos por não terem sustentação, a exemplo do processo do jornalista Enoque Paixão, e do ex-cabo da Força Aérea Brasileira, José Vieira Lins.
Emoção - A deputada estadual Ana Lúcia Menezes, irmã do poeta Mário Jorge Vieira abriu mão da indenização que teria direito. Mas o ponto de maior emoção ocorreu nas homenagens dirigidas, especialmente, ao sindicalista Milton Coelho, que ficou cego em consequência das torturas que sofreu em 1964 nos porões do 28º Batalhão de Caçadores, em Aracaju. Ele foi um dos sergipanos presos pela Operação Cajueiro, desencadeada pela Polícia em solo sergipano para prender cidadãos que reagiram ao golpe militar.
Das mãos do presidente Henri Clay Andrade, Coelho recebeu a placa de honraria concedida pela OAB-E. Do ministro Tarso Genro, da Justiça, o sindicalista recebeu a portaria do Governo Federal que lhe concede a anistia. "Pessoas da estirpe de Milton Coelho são os verdadeiros heróis do Brasil. Milton Coelho é o grande ícone de uma geração de heróis que deram sua vida pela democracia brasileira, vidas marcadas pela resistência ao autoritarismo e ao arbítrio", desabafou Henri Clay Andrade, sem esconder a emoção.
Os trabalhos da Comissão de Anistia foram iniciados no final da tarde de ontem (18) e terminou ao final da noite, oportunidade em que foi divulgado o resultado de cada processo analisado. A Comissão de Anistia se dividiu em duas turmas, em sessão histórica, aberta a todo cidadão interessado na temática. "O julgamento dos processos se deu em clima democrático e todos os que assistiam tiveram a oportunidade de argumentar as teses jurídicas. Enfim, reinou a democracia plena", ressalta Henri Clay.

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