Floro: a captura no inicio e a fuga no final de ano
A policia sergipana fez uma captura cinematografica do fugitivo que retribuiu com fuga hollywoodiana Este foi o fato policial do ano.
(Foto: Sérgio Ferreira) O ano de 2008 foi marcado por muitos fatos policiais. Mas, poucos se comparam ao caso Floro Calheiros ``O Rei das Fugas``. No dia 19 de janeiro a policia sergipana dava uma resposta a sociedade ao prendê-lo após quatro anos e meio de buscas. Ele é acusado de ter mandado matar o agiota Motinha e o Deputado Joaldo Barbosa.
Floro estava escondido em uma fazenda no meio da floresta na cidade de Gurupí, cidade localizada no sul do Estado de Tocantins e a 245 quilômetros da capital Palmas. Uma equipe da Policia Civil de Sergipe estava monitorando o acusado há seis meses e naquele sábado finalmente conseguiu efetuar a prisão. Floro não reagiu a prisão e foi trazido para Sergipe onde foi apresentado como um troféu. De imediato ele foi levado a Penitenciaria Manoel Carvalho Neto de onde saiu várias vezes para atendimento médico nos hospitais de Aracaju.
No mês de outubro ele chegou a ficar internado por alguns dias no Hospital da Policia Militar. Familiares e advogados de defesa insistiam para que a justiça concedesse prisão domiciliar, diante da negativa um plano foi arquitetado para ele fugir mais uma vez.
No dia 16 de dezembro Floro se sentiu mal na penitenciária e foi levado para o hospital João Alves Filho , lá estavam os familiares que impediram a entrada do preso alegando que ele tinha convênio e que o atendimento deveria ser no Hospital São Lucas onde o seu médico estava de plantão. Naquela noite um forte aparato policial fazia a escolta de Floro que foi atendido e de imediato recebeu alta.
Três dias depois o advogado de defesa consegue na Justiça a liberação do preso para tratamento no Hospital São Lucas. No dia 21 , domingo as oito da noite quatro homens disfarçados de médicos entram no apartamento 403 da ala A rendem dois policiais militares , dois agentes penitenciários , algema-os e amordaçam com fita crepe.
Floro Calheiros estava a um passo da liberdade tão arquitetada, vestiu um jaleco branco, colocou uma peruca preta e saiu tranquilamente pelos corredores do hospital acompanhado pela sua ``equipe``. Toda essa operação durou apenas sete minutos. Floro saiu pela porta do necrotério e rapidamente entrou em um carro que estava estacionado na rua Guilhermino Resende.
Os policiais e agentes penitenciários foram encontrados no apartamento quarenta minutos depois, por uma auxiliar de enfermagem que foi levar medicamento para Floro. Assustada ela chamou a policia. Esta foi a segunda fuga espetacular de Floro, a primeira aconteceu no dia 4 de julho de 2003, ele saiu pela porta da frente da primeira delegacia e até hoje ninguém foi punido.
Na fuga mais recente integrantes do Ministério Público e o Secretário de Justiça Benedito Figueiredo acusaram a juíza Fátima Barros da Vara de Execuções Penais pelo fato dela ter autorizado o internamento do preso. A juíza desafiou o secretario e os promotores que trabalham no caso: `` A autorização foi para atendimento médico e não internamento.
A Secretaria de Justiça agiu com amadorismo, faltou policiamento para evitar a fuga``, concluiu a juiza. Quem também esteve na mira do Secretário Benedito Figueredo foi o advogado Alexandre Maciel, acusado de ter entregue a arma a Floro durante visita feita na mesma noite da fuga .
Alexandre em tom de indignação disse que a acusação não passa de uma calúnia. Em entrevista a uma emissora de rádio o filho de Floro , Paulo Calheiros disse: "Tenho certeza que não foi premeditado. Acredito até que tenha sido um ato de desespero", explicou. Paulo vem a Aracaju na próxima semana acompanhar o caso de perto, segundo ele a fuga não foi premeditada e que o pai agiu em um momento de desespero. A fuga de Floro Calheiros está sendo investigada pela Secretaria de Segurança Pública que mantem sigilo nas informações.
O governador Marcelo Deda ao tomar conhecimento da fuga culpou a falta de segurança no local onde o preso estava e pediu empenho nas buscas. Ele disse que o governo não medir esforços para recapturar o fugitivo, pois trata-se de bandido de alta periculosidade.
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