Floro: a captura no inicio e a fuga no final de ano

A policia sergipana fez uma captura cinematografica do fugitivo que retribuiu com fuga hollywoodiana Este foi o fato policial do ano.

30/09/2015 19h00
Floro: a captura  no inicio e a  fuga no final de  ano
A8SE

(Foto: Sérgio Ferreira) O  ano de  2008  foi marcado por  muitos  fatos policiais. Mas,  poucos  se comparam ao  caso Floro Calheiros   ``O Rei das Fugas``. No dia 19 de  janeiro a  policia  sergipana  dava uma resposta a  sociedade ao prendê-lo após  quatro anos e  meio  de buscas. Ele é acusado   de  ter mandado matar  o agiota  Motinha e o Deputado Joaldo Barbosa.

Floro estava  escondido em uma  fazenda  no meio da floresta  na  cidade de  Gurupí, cidade localizada no sul do Estado de Tocantins e a 245 quilômetros da capital Palmas. Uma  equipe da Policia  Civil de  Sergipe  estava  monitorando o acusado  há seis meses  e  naquele sábado  finalmente   conseguiu efetuar a prisão. Floro não reagiu  a  prisão e  foi trazido para Sergipe  onde  foi apresentado como um troféu. De imediato  ele foi levado a Penitenciaria  Manoel Carvalho Neto de onde saiu várias  vezes  para atendimento médico nos  hospitais de  Aracaju. 

No mês de outubro ele  chegou  a ficar internado por  alguns dias  no Hospital da Policia  Militar. Familiares e  advogados de defesa insistiam para que a  justiça concedesse  prisão  domiciliar,  diante da  negativa  um plano foi arquitetado  para ele fugir  mais uma  vez.

No dia  16 de dezembro  Floro se sentiu mal na penitenciária e  foi  levado  para o hospital  João Alves Filho , lá   estavam os familiares que impediram a entrada do preso alegando que   ele  tinha  convênio e que o atendimento deveria ser no Hospital São Lucas  onde o seu médico estava de plantão. Naquela  noite  um forte  aparato policial  fazia a  escolta de  Floro  que  foi atendido e de imediato  recebeu alta.

Três dias  depois o advogado de defesa  consegue  na  Justiça  a liberação do preso para tratamento no Hospital  São Lucas. No  dia  21 , domingo  as  oito da  noite  quatro homens  disfarçados de médicos  entram no apartamento 403 da  ala A  rendem  dois policiais  militares  , dois  agentes penitenciários , algema-os  e  amordaçam  com  fita crepe.

Floro  Calheiros  estava  a um passo da liberdade  tão arquitetada, vestiu um jaleco  branco, colocou uma peruca  preta e  saiu tranquilamente pelos corredores do hospital acompanhado  pela  sua  ``equipe``. Toda  essa operação durou apenas sete minutos. Floro  saiu  pela  porta do necrotério e  rapidamente entrou em um carro que estava estacionado na  rua Guilhermino Resende.

Os  policiais e agentes  penitenciários foram encontrados no apartamento quarenta  minutos  depois, por uma auxiliar  de enfermagem que  foi levar  medicamento para  Floro. Assustada  ela  chamou a policia.  Esta  foi a segunda  fuga  espetacular de Floro, a  primeira aconteceu  no dia   4  de julho de  2003, ele saiu pela porta da  frente da  primeira delegacia e até hoje ninguém foi punido.

Na  fuga  mais recente integrantes do Ministério Público e  o Secretário de Justiça  Benedito Figueiredo  acusaram a  juíza   Fátima  Barros da  Vara de  Execuções Penais pelo fato dela  ter  autorizado o internamento do preso. A juíza desafiou o secretario e os promotores que  trabalham no caso: `` A autorização foi para atendimento médico e não  internamento.

A  Secretaria de Justiça  agiu com amadorismo, faltou  policiamento para evitar a fuga``, concluiu a  juiza.  Quem também esteve na  mira do Secretário Benedito Figueredo  foi o advogado  Alexandre Maciel, acusado de  ter entregue a  arma  a Floro  durante visita  feita na mesma  noite da fuga .

Alexandre  em tom de indignação disse que  a  acusação  não passa de uma  calúnia.  Em entrevista a  uma  emissora de  rádio  o  filho  de  Floro , Paulo Calheiros  disse: "Tenho certeza que não foi premeditado. Acredito até que tenha sido um ato de desespero", explicou. Paulo  vem a  Aracaju na próxima  semana  acompanhar o caso de perto, segundo ele a  fuga  não foi premeditada e que o pai agiu  em um momento de desespero. A  fuga de  Floro Calheiros  está sendo investigada  pela  Secretaria de  Segurança Pública  que mantem  sigilo nas informações.

O governador  Marcelo Deda   ao tomar conhecimento  da fuga  culpou a  falta de segurança  no local  onde o preso estava  e pediu empenho nas  buscas. Ele  disse que o governo  não medir esforços para  recapturar o fugitivo, pois trata-se de bandido  de alta periculosidade.

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