Covid-19: especialista reforça importância do uso de máscaras mesmo após ciclo vacinal

Até essa terça-feira (15), Aracaju chegou a 30% da população imunizada

Por ascom PMA 16/06/2021 17h18
Covid-19: especialista reforça importância do uso de máscaras mesmo após ciclo vacinal
ascom PMA

A campanha de vacinação contra a covid-19 está em andamento em todo o país, o que vem permitindo à sociedade brasileira voltar a alimentar esperança de dias melhores. Contudo, mesmo após o ciclo de imunização, isto é, depois de tomar a primeira e segunda doses, todos os protocolos de biossegurança que foram recomendados pelas autoridades sanitárias, desde então, devem ser mantidos pela população.

Nesse sentido, levando em consideração que o Sars-CoV-2 ainda está em franca circulação e com múltiplas variantes, as pessoas não devem retomar rotina semelhante à de antes da pandemia. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já indicou que a imunização de rebanho pela vacinação não deverá ser atingida em 2021. E uma das maneiras mais recomendadas para evitar a proliferação do patógeno é a manutenção do uso de máscaras de proteção facial, além do efetivo distanciamento social e cuidados com a higiene pessoal.


De acordo com a médica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, Fabrízia Tavares, os protocolos sanitários - principalmente no tocante ao uso de máscaras faciais - devem ser mantidos, porque as vacinas não garantem 100% de imunização, isto é, pessoas vacinadas podem contrair o vírus, desenvolver a doença e continuar transmitindo a outras pessoas.


"A gente sabe que a realidade epidemiológica não permite o não uso da máscara facial. Não usar esse equipamento é uma atitude equivocada. Não tem um respaldo técnico para ser efetivado, e ainda mais de forma coletiva. A gente nem cogita essa possibilidade porque, em alguns países, a exemplo dos Estados Unidos, em locais onde existe alta cobertura vacinal, há possibilidade de algumas pessoas vacinadas não andarem mais com as máscaras, mas em alguns ambientes. Mesmo assim, essa conduta norte-americana está sendo muito questionada, porque a cobertura vacinal nos Estados Unidos está em torno de 40%, ou seja, ainda não é uma cobertura vacinal considerada boa", explica a infectologista.


Fabrízia é taxativa ao afirmar que não se pode querer copiar a realidade estadunidense e trazer para a realidade brasileira, porque são duas situações paradoxais. "Somos um país imenso e a nossa cobertura vacinal ainda é baixa. A gente sabe que alguns Estados têm avançado no que diz respeito ao indicador de cobertura vacinal nacional, mas, mesmo assim, são coberturas consideradas baixas. Então, não podemos nem cogitar a possibilidade de deixar de usar a máscara", contextualiza.


A médica faz questão de reafirmar que as pessoas imunizadas também podem contrair a doença, ter uma infecção mais leve ou sem sintomas, e continuar transmitindo o vírus. Daí a importância do uso da máscara.


"Sabemos que, mesmo as pessoas vacinadas com as duas doses, ainda existe, sim, a possibilidade de transmissão. A vacina não esteriliza, não impossibilita a circulação do vírus. Ela diminui risco de, ao adoecer, a pessoa se agrave e possa ter um desfecho ruim, como óbito. As vacinas formuladas no mundo não foram feitas para esterilização, para impedir infecção. Foram formuladas para diminuir risco de agravamento. Se uma pessoa que tomou esquema vacinal completo decidir não usar máscara, ela vai estar transmitindo para outras pessoas que ainda não se vacinaram", destaca Fabrízia.


A utilização da máscara e das outras medidas de biossegurança, sublinha Fabrízia, se faz ainda mais necessária tendo em vista os casos de reinfecção por cepas diferentes do Sars-CoV-2. "Temos as variantes da Sars-CoV-2, como a P1, de Manaus, além da variante delta ou indiana, a do Reino Unido, a sul-africana, que ainda não foi identificada no Brasil. Estudos já mostraram a possibilidade de escape imune dessa variante, a qual mostra a possibilidade de escapar da imunidade pela doença ou vacina, principalmente da AstraZeneca ou Pfizer. A reinfecção é quando você se infecta por um vírus e, tempos depois, a gente estipula que acima de seis meses, existe a possibilidade de reinfecção pelo Sars-CoV-2, mesmo que não seja pela mesma cepa, mas cepas outras".    


Vacinados em Aracaju

Até essa terça-feira (15), Aracaju chegou a 201.249 pessoas vacinadas, o que representa 30% da população imunizada. Somente no dia de ontem, 6.013 pessoas receberam a primeira dose.

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