Suspeitos teriam drogado e agredido a universitária na Serra da Miaba

Os seis detidos foram indiciados pelos crimes de sequestro, tentativa de homicídio, estupro e tráfico de drogas.

19/10/2020 12h56

A jovem Joana Gabriela de 21 anos ficou desaparecida durante cinco dias na Serra da Miaba, no município de São Domingos e as investigações indiciaram seis suspeitos de envolvimento. Eles vão responder pelos crimes de sequestro, tentativa de homicídio, estupro e tráfico de drogas. Os detalhes da investigação foram repassados durante entrevista online nesta segunda-feira (19), pela Polícia Civil e Instituto Médico Legal (IML).

A jovem informou à polícia, em depoimento, que conheceu Rayan, 15 dias antes do desaparecimento, em Aracaju, onde pedalou com ele algumas vezes, posteriormente, ele a convidou para passear na Serra da Miaba, mas no local já na subida, Rayan teria comprado uma bebida com cogumelo e oferecido à Joana, que após tomar, começou a passar mal já no início da trilha. Foi quando ela percebeu que havia sido drogada por eles e começou a sentir medo. Eles seguiram a trilha, mas quando foram chamados para o acampamento dos argentinos, ela decidiu voltar com Rayan, o que não foi permitido mais pelos suspeitos.

A Operação foi intitulada como "O Poder da Esperança", nome do livro que os suspeitos teriam usado para marcar o local onde deixaram a jovem desacordada. Segundo a polícia após darem droga alucinógena à jovem eles teriam a abandonado e acreditaram que ela teria morrido.

Dos seis detidos, os suspeitos identificados como Rayan Vinicius Lima da Silva (sergipano), Maycon Douglas Nunes (piauiense), Lucas Diego Bustos e Alfredo Maria Ruiz (argentinos) foram indiciados pelos crimes de sequestro, tentativa de homicídio, estupro e tráfico de drogas. Outro envolvido, Domingos dos Santos, foi detido pela venda de bebida alucinógena, também caracterizada como tráfico de drogas. Ruiz Matias foi preso por tráfico de drogas.

Investigação

De acordo com o delegado Wilkson Vasco, da Delegacia de Campo do Brito, São Domingos e Macambira, as investigações apontaram que a lesão que a jovem apresentou na cabeça foi decorrente de uma agressão sofrida pelas costas da vítima. A polícia informou ainda que ela teve ferimentos no rosto, na lombar e nas pernas. Ela ficou desacordada por dois dias e ficou abandonada em uma trilha extremamente íngreme, de difícil acesso e jovem acordou desorientada e desceu, rastejando, até chegar ao ponto em que foi encontrada.

Ainda conforme o delegado, mesmo com as sete horas de reconstituição, que contou com a perícia e unidades policiais, não foram encontrados os pertences da jovem no local. O procedimento investigativo apurou inconsistências entre as versões dos envolvidos no desaparecimento da jovem.

As investigações apontaram que Rayan levou os grupos de busca para um ponto que não tinha correlação com o desaparecimento, além de ter retirado o livro do local, por não saber que o item já havia sido encontrado. As versões dos envolvidos são diferentes, sobre quem teria tido visto a jovem desaparecida. Ainda no decorrer das investigações, a jovem contou que acordou em uma vegetação diferente da que estava quando caminhava com Rayan.

As prisões foram feitas pela Coordenadoria de Operações e Recurso Especiais (Core). As investigações e a reconstituição também contaram com o apoio do Instituto Médico Legal (IML), Instituto de Criminalística (IC), Coordenadoria Geral de Perícias (Cogerp), Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Divisão de Inteligência (Dipol), Coordenadoria de Polícia Civil do interior (Copci), Delegacia de Frei Paulo e Ribeirópolis e 1ª Delegacia Metropolitana (1ª DM).