Projeto desenvolvido pela USP em parceria com o IAPF é aprovado pela Capes e Ministério da Justiça

O resultado foi publicado nessa terça-feira, 24.

Por SSP/SE 26/11/2020 08h48
Projeto desenvolvido pela USP em parceria com o IAPF é aprovado pela Capes e Ministério da Justiça

O Laboratório de Toxicologia do Instituto de Análises e Pesquisas Forenses (IAPF) foi selecionado para participar do Projeto INSPEQT: Investigação de Novas Substâncias Psicoativas em Química e Toxicologia Forense. O projeto foi aprovado no âmbito do edital da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e tem a coordenação do professor Maurício Yonamine, da Universidade de São Paulo (USP). O projeto promove a integração entre perícias estaduais, Polícia Federal e universidades com projetos de pesquisa para a implementação de melhorias e avanços em áreas de pesquisas forenses.

O projeto terá a participação de instituições de pesquisa e de atuação no campo pericial de investigações criminais. “O projeto de pesquisa será coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), com a participação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Polícia Científica de São Paulo, Polícia Federal e Coordenadoria-Geral de Perícias. Esse grupo foi formado para submeter o projeto nesse edital da Capes e o professor José Luiz Costa, da Unicamp, nos convidou para participar. Será uma excelente oportunidade para desenvolvermos novas metodologias no laboratório  de toxicologia do IAPF”, ressaltou.

Ele detalhou que o objetivo do projeto é investigar o consumo de novas substâncias psicoativas em diferentes regiões do país: "Nós investigaremos a incidência de novas substâncias psicoativas em diferentes estados onde estão essas instituições para tentarmos verificar o uso dessas drogas e desenvolvermos metodologias para identificar essas drogas sintéticas novas em amostras post mortem. É um trabalho dos peritos do laboratório de toxicologia junto com essas instituições”, reiterou.

Ricardo Leal relembrou o caso de repercussão que ocorreu no ano de 2017 em Sergipe e que foi fundamental para o reconhecimento do trabalho da perícia sergipana. “Naquele ano, houve uma morte em uma festa na região do Mosqueiro, em Aracaju, em que um rapaz de 32 anos faleceu, foi intoxicado com uma nova droga sintética. Nós não tínhamos laboratório na época e pedimos auxílio da Unicamp. Desde aquela época, tínhamos uma parceria informal com eles e agora nos convidaram a participar desse projeto, que concorreu com projetos de todo o Brasil”, evidenciou.

O projeto foi aprovado e publicado no Diário Oficial da União. “Nós faremos parte desse consórcio de instituições para o desenvolvimento de metodologias para identificação de novas substâncias psicoativas que se espalharam rapidamente em diversos países nos últimos 10 anos. Novas metodologias serão desenvolvidas em conjunto com essas instituições e nós, em Sergipe, vamos pesquisar essas drogas, nos nossos casos aqui no estado. Com os resultados que alcançaremos nos próximos anos temos a previsão de publicar artigos científicos relevantes”, enfatizou o perito criminal.

Ele concluiu citando que a participação da perícia sergipana no projeto traz ainda mais conhecimento para o trabalho diário do IAPF. “O estado e a instituição ganham muito com isso. Em relação a esse edital, nós somos o único laboratório de toxicologia forense do Nordeste a participar desse projeto. Para esse edital, o estado de Alagoas também teve projetos aprovados, mas com temas não  relacionados com a toxicologia. É um avanço muito grande, isso mostra que o trabalho feito pelo IAPF é de muita qualidade e a perícia tem muito a ganhar”, pontuou Ricardo Leal.

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