Noite de atentados em Paris deixa mais de 120 mortos
Uma série de ataques simultâneos em Paris deixou ao menos 120 mortos na noite desta sexta-feira (13).
Na casa de espetáculos Bataclan, os terroristas assassinaram mais de 100 pessoas que eram mantidas reféns, afirmou o vice-prefeito de Paris Patrick Krugman. Dezenas de pessoas morreram em outros ataques. O número de mortos deve aumentar já que há quase 200 feridos, 80 deles em estado grave. Entre os feridos, há ao menos dois brasileiros.
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do massacre e, neste sábado (14), convocou militantes para novos ataques.
Um dos alvos foi o Estádio da França, onde o presidente francês François Hollande assistia à partida entre França e Alemanha, válida pelas eliminatórias da Eurocopa. Hollande foi retirado do local às pressas.
Ao menos uma das três explosões registradas no local foi provocada por um homem-bomba, segundo as autoridades francesas. Outras duas foram detonadas nos arredores da arena.
As pessoas que acompanhavam o jogo ficaram impedidas de deixar o estádio após o atentado.
Nordeste da cidade
Quatro ataques ocorreram entre o 10º e o 11º arrondissement, na região nordeste da capital francesa. Os crimes ocorreram próximos dos escritórios do jornal Charlie Hebdo, onde um atentado matou 13 pessoas em janeiro último.
O primeiro dos quatro atentados ocorreu por volta das 21h20. Com metralhadoras Kalashnikov, dois atiradores abriram fogo contra os restaurantes Petit Cambodge e Le Carrillion, que ficam na mesma esquina.
Quase simultaneamente, houve forte explosão e um tiroteio de ao menos dez minutos dentro da casa de espetáculos Le Bataclán, onde ocorria uma apresentação da banda californiana Eagles of Death Metal. Testemunhas afimaram que de dois a três terroristas também usavam metralhadoras Kalashnikov no local.
Por cerca de duas horas, os terroristas mantiveram cerca de 100 reféns na casa de espetáculos. O sequestro só ocorreu após a polícia invadir o local. Dois terroristas teriam morrido na ação policial.
O quarto ataque na região próxima ao Charlie Hebdo foi registrado na esquina da rua Charonne com a rua Faidherbe, próximo ao bar Belle Époque.
Outros locais
Além do atentado no Estádio da França e dos quatro ataques no nordeste da cidade, foram registrados atentados na Rue Beaumarchais, na Avenue de la République e nos Halles.
Fronteiras fechadas e plano Alpha Vermelho
Em pronunciamento na noite de sexta, o presidente François Hollande disse que a cidade está sob estado de emergência e terá áreas inteiras bloqueadas para acesso por motivos de segurança. As fronteiras do país foram fechadas.
Com o plano Alpha Vermelho em ação para estados de emergência, autoridades locais ganham poder de polícia e podem fechar locais públicos, restringir a circulação de pessoas e requisitar armas de cidadãos.
Campanha no Twitter
A Prefeitura de Paris recomendou que as pessoas permaneçam onde estão. Os parisienses criaram uma hashtag no Twitter para acolher quem estiver na rua, sem saber para onde ir. A hashtag #PorteOuverte (Portas Abertas) já virou trending topics e é o assunto mais comentado no mundo na rede social.
Autoridades do mundo todo se pronunciaram sobre o caso. A presidente Dilma Rousseff prestou solidariedade aos franceses e classificou o caso como "barbárie". O presidente Barack Obama falou em "tentativa ultrajante para aterrorizar civis inocentes".
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