Carro-bomba da ETA explode em Madri sem causar vítimas

Cruz Vermelha foi avisada 1h30 antes do ataque; Justiça impugnou candidaturas ligadas ao grupo terrorista

30/09/2015 19h03
Carro-bomba da ETA explode em Madri sem causar vítimas
A8SE

 

Policiais investigam o local do atentado (Reuters)

Um carro-bomba explodiu em Madri, sem causar vítimas, nesta segunda-feira, 9. O ataque aconteceu em uma área onde ficam centros de convenções e empresas, menos de duas horas após a Cruz Vermelha espanhola receber um aviso em nome da organização terrorista ETA, segundo a polícia.

O atentado acontece horas depois de a Corte Suprema espanhola impugnar as listas das plataformas Askatasuna e Democracia 3 Millones para as eleições regionais do País Basco do próximo dia 1 de março, por sua vinculação com o braço político da ETA. É a primeira vez que candidaturas próximas à organização terrorista não poderão se apresentar às eleições regionais bascas.

A explosão, que pôde ser escutada em uma extensa zona da cidade, segundo testemunhas, aconteceu em frente à sede da construtora Ferrovial Agromán, onde a polícia havia localizado uma caminhonete suspeita. No centro de coordenação da Cruz Vermelha, foi recebida uma ligação anônima às 7h37 (4h37, Brasília) alertando sobre a colocação de um carro-bomba na zona conhecida como Campo de las Naciones, onde ficam centros de convenções e sedes de empresas.

Segundo o jornal espanhol El País, ministro espanhol do Interior, Alfredo Pérez Rublacaba, foram quatro os avisos da Eta sobre o carro-bomba, entre eles para a Cruz Vermelha e o Corpo de Bombeiros. Segundo a organização, o telefonema dizia "Ligo em nome da ETA. Colocamos uma caminhonete-bomba na rua Ribera del Loira, junto ao edifício da Ferrovial-Agromán que explodirá às 9 horas". Pouco depois, a polícia isolou toda a área. O veículo detonado foi roubado durante a noite em Valdemorillo (Madri).

A explosão causou uma cratera de três metros de diâmetro por um metro de profundidade no chão, além de danos materiais em pelo menos 30 veículos estacionados no local, em uma ponte e na estrutura exterior de um edifício. Apesar dos destroços, policiais informaram que a carga só explodiu parcialmente, já que uma parte da mesma se queimou e não aumentou o efeito devastador esperado pelos terroristas.

O ministro do Interior afirmou após o atentado que, ao cometê-lo, a ETA confirma o acerto na decisão da Suprema Corte. A explosão do carro-bomba é o primeiro atentado que a ETA comete em Madri desde 30 de dezembro de 2006 no Terminal Quatro (T-4) do aeroporto de Barajas, no qual morreram dois imigrantes equatorianos e que foi a ruptura do cessar-fogo que a organização declarara meses antes.

 

Fonte: Estadão

 

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