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Armandindo e Lito Nascimento são as atrações da próxima Quinta Instrumental

A praça General Valadão, no Centro de Aracaju , será palco de um encontro bastante especial na edição de setembro do projeto Quinta Instrumental , da Prefeitura de Aracaju, quando dois grandes nomes da guitarra baiana se unirão: Armandinho e Lito Nascimento -  este último radicado em Sergipe há anos. Ambos foram precursores da guitarra baiana e, hoje, também são referência no bandolim. "Essa edição de setembro é especial porque reunirá, talvez, os dois maiores nomes da guitarra baiana no mesmo palco e no mesmo dia. No começo dos anos 70, enquanto Dodô e Osmar faziam sucesso com o trio elétrico, Lito tocava no Tapajós e no Saborosa. Ele também era uma sensação e todos queriam ver aquele garoto de Alagoinhas", lembra Nino Karvan, diretor de Arte e Cultura da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).

Repaginado após dois anos de realização, o Quinta Instrumental agora reúne, além de artistas locais, instrumentistas de outros Estados, como o próprio Armandinho e Amaro Freitas, grande pianista pernambucano que está na programação deste semestre. "O projeto mudou bastante. Até então, era focado nos artistas da cena local e através de edital. Toda quinta havia um show dentro do Teatro João Costa, mas, se continuasse assim, ia acabar cansando", ressalta Nino.

Este ano, o projeto passou a ser realizado mensalmente, com eventos maiores e na praça General Valadão. "Selecionamos o projeto para começar em março e terminar em dezembro, com nove edições maiores e otimizando o orçamento, o que ajudou a inserir Aracaju no cenário da música instrumental. Inclusive, sabemos que o evento está conhecido nacionalmente porque recebemos muitas propostas de artistas de fora que querem participar", revela Nino.

O próximo Quinta Instrumental ocorre no dia 26 de setembro e promete ser mais uma grande noite de fomento à música instrumental. "Lito levará um repertório basicamente autoral e algumas outras coisas, sempre entre o bandolim e a guitarra, assim como o show de Armandinho. Então, será a grande noite do bandolim e da guitarra baiana. Um encontro de gigantes", reforça Nino.

Armandinho é um dos artistas baianos mais conhecidos do grande público. Ele foi um dos responsáveis pela disseminação da guitarra baiana, ao amplificá-la no trio elétrico, idealizado pelo pai dele, Osmar Macêdo, da dupla Dodô e Osmar. Alcançou um novo patamar de sucesso ao introduzir em seu repertório canções de grandes nomes da música, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Dominguinhos. Integrou alguns grupos durante a carreira e, hoje, faz carreira solo.

Já Lito Nascimento iniciou a carreira em Alagoinhas (BA), onde tocou em grandes trios e fez bastante sucesso. Veio a Sergipe fazer um show e acabou se apaixonando por uma sergipana, que o fez adotar o Estado como seu novo lar. Hoje, toca na noite e também com sua banda, a Água de Cheiro.

Para Nino Karvan, por ser realizado com investimento de dinheiro público, o evento precisa ser otimizado e, de fato, cumprir com o seu objetivo de fomentar um outro olhar para a música instrumental. "O Quinta Instrumental tem esse poder de mostrar os nossos talentos e de fomentar a cena musical, tanto que, para se ter ideia, no 1º ano, em 2017, a gente sofreu pra encontrar 19 projetos e lançar a programação; no ano seguinte, já foram 32 projetos inscritos no edital e, esse ano, mais de 40", revela Nino Karvan.

Segundo o diretor de Arte e Cultura da Funcaju, além de significar que há mais projetos de música instrumental na cena aracajuana, isso também mostra o interesse da iniciativa privada nesse tipo de música. "A gente tem certeza de que o Quinta foi um propulsor nesse sentido, atraindo a iniciativa privada, como ocorreu com diversos espaços aqui, que lançaram projetos instrumentais. E quanto mais projetos surgirem, melhor", reconhece.