Sem provas, PSOL acusa Yeda de prática de caixa 2 e desvio de dinheiro

PSOL afirmou ter tido acesso a fitas de vídeo e áudio que mostram a prática de caixa dois na campanha do PSDB ao governo gaúcho

30/09/2015 19h04
Sem provas, PSOL acusa Yeda de prática de caixa 2 e desvio de dinheiro
A8SE

Sem apresentar provas, o PSOL afirmou ter tido acesso a fitas de vídeo e áudio que mostram a prática de caixa dois na campanha do PSDB ao governo gaúcho e o envolvimento direto da governadora tucana Yeda Crusius com o desvio de dinheiro do Detran (Departamento Estadual de Trânsito).

As alegações foram apresentadas ontem à tarde, em entrevista coletiva, por dois dirigentes do PSOL, a deputada federal Luciana Genro (RS) e Pedro Ruas, advogado do partido e vereador de Porto Alegre. Os dois teriam visto os vídeos.

Genro e Ruas não detalharam como tiveram acesso aos vídeos. Afirmaram apenas que o material foi entregue à Justiça Federal pelo ex-coordenador da campanha de Yeda ao governo, o lobista Lair Ferst, como parte em um acordo de delação premiada. Ferst é um dos 33 réus na ação penal que corre sobre o desvio de R$ 44 milhões do Detran gaúcho.

A Justiça Federal não confirmou a existência dos vídeos nem da delação premiada de Ferst. A assessoria da juíza Simone Fortes, que está em licença funcional, afirmou que as evidências citadas pelo PSOL não fazem parte do processo em curso, mas não respondeu se estariam inseridas em outra investigação de caráter sigiloso. O Ministério Público Federal, via assessoria, afirmou "desconhecer" a existência dos vídeos ou do acordo com Ferst.

Segundo Ruas, as gravações foram feitas por Ferst em seu escritório em Porto Alegre.

Quatro vídeos, segundo o PSOL, se referem a reuniões em que empresários teriam entregue R$ 1,4 milhão a tucanos antes da eleição de 2006, sem declarar. Yeda estaria presente na ocasião em que, segundo o PSOL, o deputado federal José Otávio Germano (PP) deu R$ 400 mil no segundo turno.

Este encontro,que foi gravado, de acordo com o PSOL, teria sido presenciado por Ferst e pelo ex-secretário Marcelo Cavalcante, que foi encontrado morto em Brasília anteontem em circunstâncias ainda investigadas pela polícia.

Segundo as acusações feitas pelo PSOL, em outra reunião em que teriam sido entregues R$ 500 mil cuja origem é atribuída à empreiteira MAC Engenharia, estariam presentes, além de Ferst e Cavalcante, o marido de Yeda, Carlos Crusius, e o ex-secretário de governo da prefeitura de Canoas, o tucano Francisco Fraga.

Ruas também afirmou que seu partido teve acesso a outros vídeos que mostrariam o ex-secretário de Fazenda Aod Cunha em reuniões para a captação de R$ 500 mil com empreiteira e a empresas do setor fumageiro do interior do Estado.

Outra acusação teve como alvo a compra de uma casa pela tucana em dezembro de 2006. O PSOL afirma que outros dois vídeos revelam que teriam sido entregues mais R$ 400 mil em dinheiro não declarado para complementar os R$ 750 mil que constam no contrato e que a reforma do imóvel teria sido bancada pela empreiteira Magna Engenharia.

Investigações sobre o suposto enriquecimento ilícito da governadora na compra da casa foram arquivadas pelo Ministério Público Estadual e pelo Tribunal de Contas do RS sob a justificativa de que não havia indícios de irregularidade.

O conjunto de acusações também faz referência a supostos atos de improbidade administrativa. De acordo com o PSOL, Ferst e Cavalcante teriam tratado em uma reunião do pagamento de um "mensalinho" por meio da empresa de publicidade DCS.

O PSOL disse que houve em 2007 uma reunião entre Yeda e acusados de participar da fraude do Detran para determinar a troca das fundações por onde o dinheiro era desviado.

O partido formalizou as acusações em uma representação enviada ao TCE (Tribunal de Contas do Estado).

Fonte: Estadão

 

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