Prefeitos tomam posse e já anunciam cortes de gastos

30/09/2015 19h00
Prefeitos tomam posse e já anunciam cortes de gastos
A8SE

A crise econômica esfriou a posse dos prefeitos das principais capitais do país, muitos dos quais já anunciaram cortes ou contingenciamento nos gastos públicos.

Embora ninguém admita que terá de recuar em suas promessas de campanha eleitoral, é consenso entre eles a avaliação que o ano de 2009 será de aperto.

Em São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), 48, afirmou que "é preciso navegar com cautela nessas águas turvas" e anunciou congelamento em todas as áreas da prefeitura, excetuando saúde, educação e transportes.

No Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), 39, assinou decretos "anticrise" com o objetivo de economizar, neste ano, R$ 1,3 bilhão --o Orçamento-2009 da cidade é de R$ 10,2 bilhões. Uma das medidas prevê a redução dos salários de cargos de confiança.

Os prefeitos de Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba, respectivamente, José Fogaça (PMDB), Marcio Lacerda (PSB) e Beto Richa (PSDB), também anunciaram redução nas despesas.

Em Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB), em segundo mandato, prometeu uma administração mais "enxuta" e declarou que vai controlar até o tempo das ligações telefônicas nos órgãos públicos do município.

São Paulo

Kassab citou a crise econômica internacional para falar da responsabilidade financeira que pretende levar adiante. "Decidimos manter nosso investimentos em áreas sociais, na educação, na saúde [...]. Cortando, cautelarmente, os gastos nas outras áreas", disse o prefeito.

Kassab também aproveitou para lembrar críticas que recebeu ao longo da campanha eleitoral deste ano para justificar o fato de ter "segurado" dinheiro em caixa durante o mandato atual. "Eles [adversários políticos] falavam como a cigarra da fábula de La Fontaine, debochando da formiga por se preocupar com o inverno. Fomos prudentes. Somos prudentes. Mas não devemos atentar para a crise além do que manda a prudência", disse o prefeito.

Rio de Janeiro

Paes anunciou uma série de medidas para adequação do caixa municipal ao orçamento. Entre as medidas anunciadas estão a auditoria e suspensão das obras da Cidade da Música por 120 dias.

"Nós tomamos a decisão de fazer uma auditoria nas obras da Cidade da Música porque elas são polêmicas e de um valor muito alto", disse Paes.

Ele negou que a medida representa a interrupção das obras. Segundo Paes, a auditoria vai durar 120 dias --período em que obras ficarão suspensas.

A posse de Paes foi marcada por um discurso de corte de gastos. Ele afirmou que vai fazer um contingenciamento do orçamento municipal, excluindo do congelamento apenas as áreas da saúde e educação.

"Nós não tivemos acesso ao fluxo de caixa da prefeitura. É um ano complicado, em que certamente vamos sofrer com o reflexo da crise internacional", disse. "Com essas medidas, imaginamos estar economizando mais de R$ 1,5 bilhão."

O secretário da Casa Civil, Pedro Paulo de Carvalho, disse que a prefeitura já bloqueou R$ 1,3 bilhão do orçamento de 2009 para segurança do caixa.

Paes criticou o orçamento deixado por seu antecessor, Cesar Maia (DEM), que não participou de sua posse. "Nosso orçamento é quase peça de ficção. Acreditamos que ali existem receitas superestimadas e despesas subestimadas. Portanto é fundamental que se adeque à situação financeira da prefeitura. À medida em que o ano for caminhando, podemos ir afrouxando, No momento, é preciso apertar."

Ele minimizou a ausência de Maia em sua posse. "Não acredito que tenha sido má fé."

Fonte: Folha OnLine

 

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