Abbas minimiza ameaça de Israel e diz que reconciliação favorece paz

30/09/2015 20h32
Abbas minimiza ameaça de Israel e diz que reconciliação favorece paz
A8SE

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, minimizou nesta quinta-feira o tom de ameaça de Israel e disse que a reconciliação histórica com o grupo rival palestino Hamas vai favorecer as negociações de paz na região.

Nesta quarta-feira, os grupos rivais Hamas e Fatah, de Abbas, anunciaram um acordo histórico de reconciliação para a formação de um governo interino e a convocação de eleições gerais. O acordo, que deve ser assinado no próximo dia 5 de maio no Cairo, levaria à união da Cisjordânia e faixa de Gaza, hoje sob comando separado do Fatah e do Hamas, respectivamente.

Pouco depois do anúncio, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, advertiu a ANP para que escolha "entre a paz com Israel ou a paz com o Hamas". O premiê israelense disse ainda que a mera ideia de uma reconciliação palestina "reflete a debilidade da ANP" e leva a questionamentos se o Hamas tomará à força a Cisjordânia, como fez com a faixa de Gaza em 2007 --e que levou Israel e decretar um amplo boqueio ao território.

O mesmo argumento foi utilizado pelo ministro das Relações Exteriores israelense, Avigdor Lieberman, que advertiu nesta quinta-feira que a recente reconciliação entre Hamas e Fatah pode levar o movimento islamita a tomar o controle da Cisjordânia.

Abbas, contudo, preferiu um tom mais otimista e indicou nesta quinta-feira que negociações de paz com Israel ainda seriam possíveis durante o mandato de um novo governo interino, formado como parte de um acordo de união com o Hamas.

Abbas disse ainda que a Organização pela Libertação da Palestina, que ele preside e que não inclui o Hamas, ainda seria responsável por "lidar com a política e as negociações".

Estas foram as primeiras declarações de Abbas desde o anúncio do acordo.

Um líder do alto escalão do Hamas disse, em condição de anonimato, que as negociações de paz não fazem parte do acordo.

Restaurar a união palestina é visto como crucial para reviver qualquer prospecto de um Estado palestino baseado em coexistência pacífica com Israel. As negociações de paz com Israel, atualmente congeladas diante do avanço dos assentamentos judaicos em solo palestino, são realizadas pelas pelo Fatah e ANP. O Hamas condena qualquer diálogo.

Nas últimas semanas, fontes do governo de Israel disseram que Netanyahu tem intenções de lançar uma nova iniciativa diplomática para impulsionar as negociações de paz com os palestinos, rompidas desde setembro passado.

Desde que Israel rejeitou a extensão de uma moratória sobre a construção em assentamentos judaicos em território palestino, as lideranças palestinas apostam em uma campanha para obter reconhecimento internacional e da ONU (Organização das Nações Unidas) a um Estado dentro das fronteiras antes da guerra de 1967.

Fonte:Folha

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