Médicos espanhóis apresentam paciente que recebeu transplante de rosto

30/09/2015 20h02
Médicos espanhóis apresentam paciente que recebeu transplante de rosto
A8SE

O paciente foi operado no mês de janeiro (Foto: R7)

Médicos do Hospital Virgen del Rocío, em Sevilha, na Espanha, apresentaram nesta terça-feira (4) o paciente que recebeu um transplante parcial de rosto em janeiro deste ano.

O paciente, chamado apenas por Rafael, recebeu alta do hospital hoje, após 14 semanas de hospitalização. Antes de deixar o hospital, o paciente agradeceu à família do doador por tornar possível a cirurgia.

- Quero agradecer à família pelo seu gesto, assim como o time de médicos.

Rafael sofre de uma doença chamada neurofibromatose, herdada geneticamente e que provoca formação de tumores ao redor de nervos. Foi isso que provocou a deformação de seu rosto.

Ele afirmou ter sentido "alegria e felicidade" na primeira vez que viu seus novos traços no espelho. Aproximadamente dois terços de sua face foram substituídos por tecidos, nervos, artérias e veias de um doador que já morreu.

Rafael só irá recuperar totalmente a habilidade de mexer a língua em três meses. Por isso, teve dificuldades para falar com a imprensa. Mas, de acordo com os médicos, ele já pode sentir dor na face, e distinguir entre quente e frio. Ele já começou a se barbear.

Antes de deixar o hospital, o jovem abraçou o cirurgião-chefe, Tomás Gómez Cía, que liderou a equipe de especialistas. A cirurgia de Rafael foi realizada em 27 de janeiro deste ano após 15 meses de preparação. A operação durou cerca de 30 horas e contou com 23 especialistas.

Essa foi a segunda operação de transplante de rosto da Espanha e a nona realizada no mundo. Em março deste ano, um jovem espanhol recebeu o primeiro transplante completo de rosto no mundo.

A Espanha tornou-se líder mundial em doação de órgãos desde que criou uma rede de coordenação de transplantes em 1989, envolvendo todos os hospitais do país que monitoram de perto as áreas de emergência para identificar potenciais doadores.

Quando ficam sabendo de um falecimento, eles conversam com as famílias para obter permissão para a doação de órgãos e ajudam a salvar a vida de outras pessoas.

Apenas 15% das famílias abordadas na Espanha recusaram a doação, uma forte queda perto da cifra de 40% que se recusavam nos anos 1980, antes de o sistema ser implantado.

 

Fonte: R7

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