Paquistão mostra retrato-falado de suspeitos de atacar atletas

Imagens de TV mostram que atiradores que atacaram seleção do Sri Lanka fugiram com tranquilidade

30/09/2015 19h05
Paquistão mostra retrato-falado de suspeitos de atacar atletas
A8SE

 

Retrado dos terroristas suspeitos (Efe)

A polícia paquistanesa divulgou os retratos falados de quatro dos participantes do ataque contra a equipe de críquete do Sri Lanka em Lahore e deteve dezenas de pessoas, segundo fontes da investigação citadas pela imprensa do país. O governo local admitiu pela primeira vez falhas de segurança na proteção do ônibus da equipe cingalesa.

Os desenhos dos suspeitos mostram que eles têm cabelos curtos e escuros e olhos pretos. Dois deles usam bigode. Após o atentado da terça-feira, os agentes realizaram várias batidas em hotéis, mercados e casas em diversos pontos do país, especialmente na província do Punjab, cuja capital é Lahore. Muitos dos detidos pertencem a grupos extremistas proscritos e alguns são de nacionalidade afegã, uzbeque e nigeriana, mas não está claro o envolvimento deles no ataque, que causou a morte de sete pessoas - entre elas cinco policiais - e feriu seis membros da equipe de críquete cingalesa.

As televisões paquistanesas informaram, citando fontes da investigação, que entre quatro e nove "suspeitos principais" se encontram sob custódia policial, mas não deram mais detalhes. Um deles é irmão do suposto organizador do ataque, identificado como Muhammad Adil, que teria recebido uma ligação dos terroristas solicitando indicações para a fuga.

O árbitro Chris Broad acusou a polícia do Paquistão de abandonar o comboio que levava a seleção. Na quarta-feira, um novo vídeo, feito por uma câmera de vigilância e divulgada por emissoras de televisão locais, mostraram vários dos atacantes escapando em motocicletas por uma rua secundária deserta, carregando armas. Outros três aparecem andando no meio da rua, aparentemente sem pressa, o que indica que eles não acreditavam que a polícia estaria na área ou à procura deles. "Não havia sinal de policiais em lugar algum", disse o árbitro nesta quarta-feira após sua chegada de volta ao Reino Unido. "Claramente, eles deixaram o local e nos deixaram vulneráveis".

Broad não disse por quanto tempo sua van ficou parada. Outras testemunhas descreveram um tiroteio entre a polícia e os atacantes por cerca de 15 minutos, mas pelo menos uma dessa pessoas disse que os atiradores pareciam atirar por conta própria. "Eles não estavam sob pressão...ninguém estava atirando contra eles", disse o capitão do time cingalês, Mahela Jayawardene.

A polícia paquistanesa tem resultados ruins no que diz respeito a investigação de ataques terroristas e geralmente detém pessoas logo após o ocorrido, sem nunca as acusar formalmente, ou divulga informações contraditórias. Militantes islâmicos são suspeitos do ataque, mas as autoridades não disseram isso abertamente.

 

Fonte: Estadão

 

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