Netanyahu convida extrema direita a formar governo em Israel

Ultranacionalista deve exigir postos chave; Kadima recusa coalizão e quer continuar negociação com palestinos

30/09/2015 19h04
Netanyahu convida extrema direita a formar governo em Israel
A8SE

O partido israelense Likud, de Benjamin Netanyahu, convidou facções de direita para conversar nesta quarta-feira, 25, sobre a formação do próximo governo de Israel, depois que falharam seus primeiros esforços para atrair seus rivais do Kadima para a coalizão. Netanyahu disse que quer mudar o foco das negociações de um Estado palestino, saindo das questões territoriais e enfatizando as questões econômicas. Na sexta-feira, ele foi escolhido pelo presidente, Shimon Peres, para formar um governo e se tornar primeiro-ministro pela segunda vez.

Netanyahu pediu a Tzipi Livni, líder do Kadima, ministra das Relações Exteriores e principal negociadora com os palestinos, que se junte a ele na coalizão, mas até agora ela tem recusado. No entanto, Livni deixou a porta aberta para mais conversas com ele. O Kadima disse que quer garantias de que Netanyahu vai continuar as negociações de um Estado palestino, iniciadas em 2007 e mediadas pelos Estados Unidos. Sob o mandato que Netanyahu recebeu de Peres no dia 20 de fevereiro, ele tem 42 dias para formar um novo governo. Ele já foi premiê de Israel, de 1996 a 1999.

Os negociadores do Likud planejam se encontrar mais tarde com o partido ultranacionalista Yisrael Betitenu, de Avigdor Lieberman, e outras facções de direita em um hotel em Tel Aviv. O objetivo é estabelecer os termos de uma parceria política em uma coalizão do governo. Reportagens publicadas em Israel disseram que Lieberman vai tentar pegar os cargos de ministro das Relações Exteriores ou ministro das Finanças. Um governo de direita, com Lieberman em um cargo importante, pode colocar Netanyahu em choque com Washington. O governo de Barack Obama prometeu se esforçar para conseguir um acordo de paz entre Israel e os palestinos.

O partido Yisrael Beiteinu, que ficou em terceiro lugar nas eleições, atrás do Kadima e do Likud, se opõe à retirada de Israel da Cisjordânia ocupada. O partido defende a troca de territórios de Israel, nos quais cidadãos árabes israelenses vivem, por assentamentos judeus na Cisjordânia, em qualquer acordo de paz que fizerem com os palestinos.

No meio das negociações de uma coalizão, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, vai fazer sua primeira visita a Israel e à Cisjordânia na semana que vem, segundo o governo israelense. O enviado de Obama ao Oriente Médio, George Mitchell, deve chegar antes, na quinta-feira.

Fonte: Reuters

 

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