Homem-bomba mata 28 durante funeral no Paquistão

Atentado suicida deixa pelo menos outras 60 pessoas feridas durante cortejo por líder muçulmano xiita

30/09/2015 19h04
Homem-bomba mata 28 durante funeral no Paquistão
A8SE

 

AP

Um homem-bomba matou pelo menos 28 pessoas e feriu mais de 60 nesta sexta-feira, 20, durante o cortejo fúnebre de um líder muçulmano xiita assassinado na véspera no noroeste do Paquistão, disse a polícia. Por enquanto, nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado e as autoridades ordenaram o desdobramento do Exército para restabelecer a ordem na cidade.

A violência sectária entre militantes sunitas e grupos xiitas tem crescido na cidade de Dera Ismail Khan, na margem oeste do rio Indus e perto da região tribal do Vaziristão do Sul, onde há um grande apoio ao Taleban e à Al-Qaeda. Autoridades impuseram um toque de recolher na cidade, 270 quilômetros a sudoeste da capital Islamabad. "Nós impusemos um toque de recolher e chamamos o Exército para conter a violência, uma vez que nós tememos que ela possa se espalhar para outras partes", disse a principal autoridade do governo na cidade, Syed Mohsin Shah, à Reuters.

"A explosão ocorreu quando um cortejo fúnebre para um muçulmano xiita morto um dia antes estava passando", disse Syed Mohsin Shah, principal administrador da área. "É uma explosão suicida. Nós encontramos as pernas do suposto homem-bomba", disse o vice-superintendente Sanaullah. Um policial no principal hospital de Dera Ismail Khan disse que o número de vítimas pode crescer."Nós temos 20 mortos no hospital, e alguns dos feridos estão em estado grave", disse o policial Deen Mohammad, acrescentando que mais de 50 pessoas permaneciam internadas.

Após a explosão, dezenas de pessoas enfurecidas atacaram um posto de controle policial próximo e começaram a lançar pedras e destruir veículos, o que dificultou as operações de resgate. Fora isso, aconteceram vários tiroteios, e a maioria das lojas e mercados fecharam suas portas.

Tanto o primeiro-ministro do Paquistão, Yousaf Razá Gillani, quanto o presidente Asif Alí Zardari se apressaram para condenar o atentado. Segundo o relatório divulgado em janeiro passado por um centro de estudos geoestratégicos, quase oito mil pessoas morreram em 2008 em consequência da violência no Paquistão, onde aconteceram mais de dois mil atos de terrorismo. A Província da Fronteira Noroeste é um dos principais focos de violência, local de um forte movimento fundamentalista que se apoia nas tribos pashtuns.

 

Fonte: Estadão

 

 

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