Maioria dos deputados federais na mira de escândalos tenta reeleição

30/09/2015 20h01
Maioria dos deputados federais na mira de escândalos tenta reeleição
A8SE

Verba de mandato usada em suas próprias empresas, farra das passagens aéreas, pagamento de restaurantes caros com dinheiro da Câmara, empregadas domésticas como funcionárias dos gabinetes. Foram muitos, nos últimos dois anos, os escândalos nos quais se envolveu parte dos deputados federais. A maioria dos que tiveram seus nomes citados em irregularidades, entretanto, considera que os fatos já foram esclarecidos e vai tentar a reeleição.
Um levantamento constatou que dos 23 deputados federais envolvidos em supostas irregularidades mostra que 20 deles vão tentar outro mandato para ficar mais quatro anos na Câmara. Dos três restantes, dois devem se candidatar a cargos no Executivo.

É o caso de Aníbal Gomes (PMDB-CE), Vadão Gomes (PP-SP) e Nazareno Fonteles (PT-PI). Em abril de 2009, foi revelado que os gabinetes desses deputados estavam negociando passagens da cota área dos deputados com agências de viagem. Os três não veem as acusações como impedimento e vão tentar a reeleição. A assessoria de Vadão afirmou apenas que o caso já foi esclarecido e a de Fonteles disse que ele não tinha conhecimento de que uma funcionária de seu gabinete participava do esquema, mas assim que soube a exonerou. Procurada, a assessoria de Aníbal não comentou o caso.

Outro citado na farra das passagens que vai tentar ficar mais quatro anos na Câmara é Eugênio Rabelo (PP-CE). Além do esquema com as agências, o deputado, que é ex-presidente do Ceará Sporting Club, pagou com dinheiro da Câmara 77 passagens para cartolas e jogadores. Procurada, sua assessoria confirmou que ele tentará a reeleição, mas não comentou as denúncias. Já Paulo Roberto (PTB-RS), também citado, não será candidato.
Fábio Faria (PMN-RN), que ficou famoso por pagar passagens para a modelo Adriane Galisteu - sua então namorada - com dinheiro da Câmara, também vai ser candidato à reeleição. Sua assessoria não comentou a denúncia.

Verba indenizatória

Suspeitos de usarem notas fiscais de suas empresas para justificar os gastos com a verba do mandato, Dilceu Sperafico (PP-PR), Antônio Andrade (PMDB-MG), Marcelo Teixeira (PR-CE) e Nice Lobão (DEM-MA) também não veem prejuízo eleitoral em suas ações - todos tentarão mais quatro anos de Câmara. A assessoria de Sperafico, que apresentou nota de um hotel seu para comprovar gastos, disse que o caso foi resolvido, assim como a de Nice, que afirmou que o dinheiro era usado para o aluguel do escritório da deputada no Maranhão. As assessorias de Andrade e Teixerira confirmaram que eles tentarão se reeleger, mas não comentaram as acusações.

Valdir Colatto (PMDB-SC), João Carlos Bacelar (PR-BA), Jofran Frejat (PR-DF), Augusto Farias (PTB-AL) e Pedro Novais (PMDB), Takayama (PSC-PR) e José Mentor (PT-SP) também usaram a verba indenizatória de maneira, no mínimo, estranha, com restaurantes e lojas de doces. Mas eles não veem problemas nisso. Bacelar, candidato à reeleição e que usou R$ 500 da verba de mandato em uma loja especializada em vinhos, afirmou que a denúncia "já foi esclarecida há muito tempo".

Fonte: R7

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