Com decisão de Sarney, 131 devem entregar cargos no Senado

Acusação é de que diretores empregavam parentes em empresas tercerizadas para burlar veto ao nepotismo

30/09/2015 19h06
Com decisão de Sarney, 131 devem entregar cargos no Senado
A8SE

Chega a 131 o número de funcionários que hoje recebem salários de diretores no Senado e deverão entregar seus cargos por determinação do presidente da Casa, José Sarney. Nem todos eles ocupam realmente o cargo de diretor. Segundo explicações de fonte do Senado, o enquadramento como diretor foi um artifício encontrado por administrações anteriores para aumentar o salário destes funcionários.

O número excessivo de diretores surpreendeu a maioria dos senadores. O senador Tião Viana (PT-AC), que disputou a presidência da Casa com José Sarney, elogiou a medida, afirmando que a decisão surge num momento de desgaste do Senado, mostra não ter compromisso com o erro de ninguém e sai em busca da verdade. Amanhã, Sarney assina convênio com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) para promover uma reforma administrativa no Senado.

Desde que tomou posse no dia 1º de fevereiro, José Sarney não consegue colocar nenhuma matéria importante em votação. A pauta do Senado tem sido atropelada por frequentes denúncias de irregularidades praticadas pela administração da Casa.

Neste fim de semana, Sarney foi surpreendido com a denúncia de que diretores do Senado empregavam parentes em empresas prestadoras de serviço para burlar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbe a prática de nepotismo da administração pública.

O 1º secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), já pediu uma lista completa de todos os servidores terceirizados, que trabalham no Senado, para identificar os casos de parentesco com funcionários do quadro permanente de pessoal.

Outra denúncia publicada na última segunda, pelo site Congresso em Foco, informou que a líder do governo no Congresso Nacional, Roseana Sarney (PMDB-MA), teria utilizado passagens aéreas de sua cota parlamentar para trazer amigos e parentes, no último fim de semana, de São Luís para Brasília.

A senadora divulgou uma nota da agência de viagens, que presta serviços ao Senado, que teria sido a fonte do Congresso em Foco, informando que a senadora não emitiu bilhetes de sua cota parlamentar para nenhum dos nomes apontados pela matéria.

Fonte: Estadão

 

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