Mantega vê recuperação no 1o tri e descarta recessão
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou nesta terça-feira que a economia brasileira apresenta sinais de recuperação neste primeiro trimestre e deve crescer no período, após os dados fracos do final de 2008.
Ele reconheceu, entrentanto, que a meta informal de crescer 4 por cento em 2009 dificilmente será cumprida e evitou fazer projeções precisas para o Produto Interno Bruto (PIB) do ano, citando o alto grau de incerteza decorrente da volatilidade externa.
"No primeiro trimestre deste ano já há uma recuperação em relação ao quarto trimestre.... devemos ter um desempenho melhor, o que nos deixa distantes de um possível problema de déficit técnico. Vamos ter crescimento", disse a jornalistas.
O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 3,6 por cento no último trimestre de 2008 frente ao trimestre anterior, segundo dados do IBGE. Se o país voltar a apresentar retração neste trimestre, estaria configurada uma recessão técnica.
Para o presidente do BC, Henrique Meirelles, a queda do PIB foi "fortemente influenciada" por um ajuste de estoques de alguns setores.
"O resultado do PIB do 4o trimestre divulgado hoje pelo IBGE mostrou que a economia brasileira não está imune à crise no mercado globalizado", disse Meirelles por meio de sua assessoria.
Mantega acrescentou que "vários setores" já apresentaram recuperação por conta da demanda interna que permance "ativa".
O ministro avaliou que a economia ainda deve mostrar desaceleração na primeira metade deste ano, mas reafirmou a perspectiva de recuperação no segundo semestre. Ele reconheceu, contudo, que "ficou difícil atingir a meta de crescimento de 4 por cento".
O principal desafio a ser superado, segundo Mantega, é o crédito, cujo custo permanece elevado.
SUPERÁVIT PRIMÁRIO
Segundo o ministro, no dia 20 de março o governo deve anunciar uma nova projeção de crescimento para o ano e também um contingenciamento "importante" das despesas orçamentárias, principalmente de custeio.
"Teremos já alguma previsão (no dia 20), mesmo que não seja definitiva para o que será o PIB deste ano. De qualquer forma, repito, o PIB será positivo, seremos um dos poucos países que terá PIB positivo em 2009."
O ministro afirmou ainda que o governo resistirá "muito" à ideia de reduzir a meta de superávit primário de 3,8 por cento do PIB deste ano. Mas ele lembrou que a legislação permite que a resultado caia a 3,3 por cento do PIB com alguns gastos direcionados a obras consideradas prioritárias (projeto-piloto de investimentos).
Fonte: BBCBrasil.com
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