Policial reformado é apontado como autor de homicídio ocorrido em ponte da Grande Aracaju
Uma investigação do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) identificou e prendeu na noite desta terça-feira, 24, na cidade de Porto Real do Colégio/AL, o policial militar reformado Jailson Sousa Mota, 47 anos, suspeito de matar o pedreiro Jackson Antônio da Silva, 26 anos, e de tentar matar um segundo rapaz, que sobreviveu ao pular da ponte Governador José Rolemberg Leite, entre Aracaju e Nossa Senhora do Socorro.
As investigações para esclarecer os fatos contaram com apoio da Divisão de Inteligência (Dipol), de agentes lotados no Gabinete do secretário de Segurança Pública, João Batista, e do Comando da Polícia Militar. Segundo a delegada Maria Zulnária, o crime foi registrado por volta das 20h do dia 24 de abril. Minutos depois, a equipe do DHPP foi acionada e no local do crime familiares da vítima morta informaram que houve um sobrevivente e que o autor do homicídio era um policial.
“Na mesma noite fomos em busca do sobrevivente, que estava com escoriações pelo corpo e ele relatou que houve uma briga de trânsito próximo a um posto de combustível do Marcos Freire 2 e em decorrência dessa discussão foi acionado à Polícia Militar. O Getam foi ao local e fez abordagem nos dois rapazes e não encontrou nada ilegal, exceto uma restrição administrativa, já que eles estavam conduzindo uma motocicleta sem documentação. O veículo foi apreendido e os dois rapazes foram embora a pé”, explicou.
A delegada conta que quando os dois rapazes estavam no meio da ponte um carro cruzou a pista e Jailson já saiu atirando, matando Jackson. O colega de Jackson, que não teve o nome revelado pela polícia, pulou da ponte, ficando com alguns ferimentos pelo corpo. “Buscamos imagens do posto de combustível e começamos as investigações e a vítima sobrevivente reconheceu o policial. O cabo Mota confirmou que houve uma discussão de trânsito, mas nega que tenha sido o autor do homicídio”, disse.
De acordo com o tenente-coronel Paulo Paiva, Jailson Sousa Mota não era sargento, mas cabo reformado. No entanto, por receber vantagens pecuniárias como terceiro sargento se auto- intitulava como sargento Mota. “Ele foi para reserva remunerada em 2013 após ser considerado inapto para o serviço policial militar por ter sido diagnosticado com uma cardiopatia degenerativa grave”.
Paiva ressaltou que o Comando da Corporação lamenta que um policial militar, ainda que reformado, tenha agido de tal forma. “A PM vai aguardar a judicialização desse fato e a decisão judicial inerente a essa situação. É bom esclarecermos que quando ele cometeu esse crime, não estava mais trabalhando como policial militar; esse é um fato da vida privada desse cidadão que vai responder na Justiça por seus atos”.
Jailson Sousa Mota está preso preventivamente por determinação do Juízo da Comarca de Nossa Senhora do Socorro. A Polícia Civil ainda tem 10 dias para concluir o inquérito e nesse período várias diligências serão realizadas.
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