Situação nos presídios de Sergipe incomoda Sindicato dos Agentes Penitenciários

De acordo com o vice-presidente do sindicato, Marcelo Soares, a situação do Sistema Penitenciário no Estado de Sergipe é para lá de precária.

30/09/2015 22h10
Situação nos presídios de Sergipe incomoda Sindicato dos Agentes Penitenciários

“Nem a força nacional está preparada para trabalhar nos presídios, a não ser os agentes penitenciários”. A declaração é do presidente do Sindicato dos Agentes penitenciários, Edilson Souza e se atribui a fuga no presídio Tobias Barreto, quando os detentos eram guardados pela Força Nacional e mesmo assim conseguiram escapar. Para o Sindicato dos agentes Penitenciários de Sergipe (SINDIPEN-SE), a situação atual dos presídios e a falta de condições de trabalho, expõem os agentes penitenciários a riscos desnecessários.

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COPEMCAM tem 2.400 detentos quando deveria abrigar 800

A fuga de 12 detentos no presídio Estadual Manoel Barbosa de Souza, em Tobias Barreto, foi registrada há sete dias. Na última segunda-feira (7), o agente penitenciário Francisco Veiga foi rendido e ferido por dois detentos do Copemcam, em São Cristóvão. O sindicato relaciona ambas situações à fragilidade e superlotação do sistema prisional sergipano.

 

“Essa já é a 2ª tentativa de fuga com refém no Copemcan em apenas três meses, mas que foram frustradas pelas ações rápidas dos agentes penitenciários que atuam sem condições de trabalho e sem equipamentos necessários para reprimir motins e rebeliões. As cadeias sergipanas estão superlotadas, deterioradas, com servidores maus remunerados e sem treinamento institucional. Falta planejamento por parte do Estado tanto para garantir segurança dentro do presídios como para a construir novas unidades penitenciárias”, denuncia o presidente do SINDIPEN/SE.


Situação dos presídios

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Agente penitenciário foi ferido na mão nesta segunda-feira (7)

De acordo com o vice-presidente do sindicato, Marcelo Soares, a situação do Sistema Penitenciário no Estado de Sergipe é para lá de precária. “Existem até alguns investimentos em reforma, mas não na capacitação do servidor. Mesmo os poucos investimentos que existem na estrutura física dos presidíos ainda,são poucos”, diz Marcelo.


Segundo ele, a quantidade de detentos que hoje residem no presídio de São Cristóvão poderiam ser remanejados para duas ou mais unidades penitenciárias. “Hoje existem 2.400 detentos no Copemcam, quando a capacidade é para 800. Lá não existe condições de encarceramento, segurança e salubridade. Motivo que levou o juiz da 7ª Vara, Hélio Mesquita, a interditar o presídio. Atualmente o Copemcam não pode mais receber detentos”, informou o vice-presidente do SINDIPEN/SE.


Treinamento e insegurança

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Edilson reclama da insegurança que os agentes sofrem nos presídios

Para Marcelo, apesar do caso do agente penitenciário que foi rendido e ferido nesta segunda, ele não observa uma atitude de medo por parte dos agentes. “Eles não sentem medo, pois foram capacitados num cursos de habilidades especiais para agentes penitenciários em Brasília, por isso sabem lidar com esse tipo de situação e outras que surgem dentro de um presídio. Apesar disso, os agentes sentem-se receosos devido a insegurança nos presídios".


Já para Edilson Souza, o treinamento dos agentes penitenciários e o dia-a-dia das cadeias acaba gerando nesses profissionais o instinto de sobrevivência. “Também  a necessidade do emprego os ajudam a permanecer vivos, apesar dos vários incidentes como motins, rebeliões e agressões. Mesmo assim, fica a certeza de que um dia seremos os próximos. Estando trabalhando ou de folga, esperamos ser informados a qualquer instante de que os presos atentaram contra a vida dos agentes. Já que o presos acabam vendo o agente como o inimigo número 1 deles”, enfatiza o presidente do SINDIPEN.

 

Leia também: Doze detentos fogem do presídio de Tobias Barreto

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