Revoltados com cancelamento da eleição, vereadores fazem revelações bombásticas

Sessão desta terça na Câmara Municipal de Lagarto, na qual teria o pleito para novo presidente, público lotou o plenário e assistiu mais um embate entre os vereadores.

30/09/2015 22h06
Revoltados com cancelamento da eleição, vereadores fazem revelações bombásticas

Depois da publicação do Ato nº 01/2014 pelo presidente Fraga da Brasília (PSDB), a eleição da mesa diretora da Câmara Municipal de Lagarto que aconteceria hoje (27) foi cancelada. Os opositores do presidente, que disputaria o pleito tentando a reeleição para o biênio 2015-2016, contestaram o cancelamento e deram justificativas para a tomada de decisão de Fraga. Algumas delas soaram como "bombásticas" para o público que lotou o plenário da casa na manhã desta terça.

 

Para Gilberto da Farinha (PP), representante do G9 e candidato de oposição à Fraga na disputa pela presidência da câmara, o presidente "não está honrando com os compromissos", já que a eleição foi marcada para hoje, de acordo com a Resolução 09/2014, aprovada por unanimidade na sessão do último dia 6 de maio.

 

 

O discurso de Érico Menezes (PSDB), que utilizou aparte durante o uso da tribuna pelo vereador Kléber de João Maratá (PRTB), também seguiu a mesma direção do de Gilberto. "Nós votamos a eleição para hoje. Então nós não estamos sendo valorizados; e todos que votaram", falou. "O presidente está querendo humilhar a classe dos vereadores. E não são só os do G9, são todos", completou Érico.

 

Quem também desabafou nesse sentido foi Kléber. "Quantas vezes estão dispostos a encerrar a eleição quando sabem que vão perder?", questionou o vereador, insinuando que a publicação do ato que cancelou o pleito se deu porque os vereadores ligados ao atual presidente não conseguiram maioria na câmara. "Não conseguiram um dos G9, aí desmarcaram a eleição", afirmou. Mas para Enilton da Farmácia (PMDB) esse discurso não condiz com a realidade: "A eleição não foi hoje não por medo de perder ou ganhar, mas para votar para o povo".

 

Teve quem afirmasse também que a tentativa de conseguir o apoio de mais um vereador se deu através de oferecimento de dinheiro. E foi o próprio Kléber quem fez a acusação, sem citar nomes: "Sobre o assédio aos vereadores [do G9], é constante. É oferecido dinheiro", revelou. Porém, para ele, o adiamento do pleito gera ainda mais união no grupo. "Quanto mais se cancela a eleição, mais o G9 permanece unido", disse.

 

Para fugir do assédio revelado por Kléber, Fábio Frank (PCdoB) explicou que os nove vereadores pertencentes à aliança do G9 passaram alguns dias fora de Lagarto. "Tivemos que nos deslocar da cidade", disse. O grupo foi para a Praia da Caueira, no município de Itaporanga D´Ajuda, para fugir, de acordo com Fábio, de "perseguição". Mesmo assim, segundo ele, os legisladores em retiro receberam ligações que denegriam a imagem dos vereadores. "Isso tem gravação", disse.

 

Já Xexeu (PSD) negou as afirmações de Fábio e falou que os vereadores do G9 não foram forçados por nenhuma situação a fazer qualquer viagem ou sair da cidade. "Não precisa sair para dizer que estão corridos. Foram porque quiseram ir", comentou. E sobre o suposto oferecimento de dinheiro, o vereador acabou manifestando que um dos integrantes do grupo é que "está pedindo 500", sem revelar necessariamente o pedido. "Se apertar eu digo quem é", ameaçou.

 

Tentando evitar ainda mais embate no plenário, Carlos da Brasília (SDD) tornou público seu desejo de harmonia na câmara. Segundo ele, não se pode criar "outra rixa" como a que existe entre Bole-Bole e Saramandaia. "Inimizade, desunião só vai atrasar toda uma cidade. Eleição pode ser hoje, a um mês, a um ano. Isso não importa", opinou.

 

No mesmo tom, Pedrinho da Telergipe (PR) aceitou o ato decretado pelo presidente Fraga: "como publicou o ato, nós acatamos". Mas mesmo assim explicou que um mandado de segurança permite, sim, que haja outra eleição enquanto o processo referente ao pleito de 26 de dezembro de 2013 tramita na Justiça, o que contradiz o argumento disposto no Ato nº 01/2014.

 

Cláudio de Dona Leu (PP) pediu que a câmara voltasse a "ser uma família de novo" e Marta da Dengue (PP) desabafou ao sugerir mais mulheres na política para que os ânimos se acalmem. Enquanto não há resolução sobre quem assume a presidência da casa em 2015, o embate ainda continua no plenário da Câmara Municipal de Lagarto, que tem a próxima sessão marcada para a quinta-feira (29), dentro do horário regimentar, iniciando às 9h.

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