Rio se despede dos Jogos com carnaval e abre alas para Tóquio

Por R7 22/08/2016 08h47
Rio se despede dos Jogos com carnaval e abre alas para Tóquio

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro terminaram na noite deste domingo (21) em samba no estádio do Maracanã. Os atletas se renderam ao carnaval carioca, com direito a marchinhas, como Cidade Maravilhosa, Me dá um Dinheiro aí e Cordão do Bola Preta, sambas enredo clássicos, um carro algórico, passistas e a Mangueira, que fechou a festa com o enredo vencedor do Carnaval 2016.

Antes de a chama da Pira Olímpica ser apagada, a Rio 2016 passou o bastão a Tóquio, que sediará os Jogos de 2020. De chapéu panamá, o prefeito Eduardo Paes passou a bandeira olímpica à governadora de Tóquio, Yuriko Koike. Quando anunciado, Paes foi vaiado pelo público. Tóquio fez uma apresentação, destacando games e tecnologia.

O presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, agradeceu a hospitalidade calorosa dos cariocas e homenageou com uma taça seis representantes da cidade — entre eles, o gari Renato Sorriso e integrantes de programas sociais.

— Chegamos como hóspedes e hoje partimos como amigos. Vocês terão um lugar no nosso coração para sempre. A história vai falar de um Rio antes e depois [dos Jogos].

Carlos Arthur Nuzzman, presidente do Comitê Rio 2016, falou dos desafios de sediar os Jogos e da autoestima do brasileiro. Ao traduzir trecho do discurso em que falava do verde-amarelo do País, Nuzzman se confundiu e falou em "yellow and red" (amarelo e vermelho).

— O Rio fez história, mostrou sua beleza e capaciade de sediar o maior evento do mundo. O Rio se modernizou, se transformou, a cidade do Rio é outra. Foram sete anos de muita luta e muito trabalho.

Maracanã vira palco de forró

 

A música brasileira voltou a brilhar no encerramento dos Jogos. Se na abertura o samba e a bossa nova deram o tom, dessa vez, ritmos nordestinos, como o frevo, baião e forró também ganharam espaço. Debaixo de chuva, bailarinos do Grupo Corpo, passistas de frevo e casais representando bonecos de barro do artesanato do Nordeste apresentaram a cultura regional no Maracanã.

A noite foi aberta com o grupo de percussão corporal Barbatuques, quando mais de 200 pessoas vestidas de araras azuis desenharam o Cristo Rendentor e o bondinho deslizando entre a Urca e o Pão de Açúcar. Em seguida, foi a vez de Martinho da Vila cantar Carinhoso, de Pixinguinha, e as PaStorinhas.

O canoísta Isaquias Queiróz, único atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos, representou a delegação brasileira e desfilou no Marcanã com a bandeira do Brasil.

Mais soltos do que na abertura, centenas de atletas exibiam medalhas e faziam selfies no Maracanã. Durante o desfile de atletas, a Orchestra Santa Massa executou composições de nomes como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. A banda teve a participação de Spok, da Spok Frevo Orquestra — dançarinos de frevo dançaram ao som de Vassourinha.

A carnavalesca Rosa Magalhães, responsável pela direção criativa da festa, levou ao centro do Maracanã mulheres rendeiras, o Grupo Corpo — que dançou ao som de Xique Xique, de Tom Zé —, além de bonecos de barro que transformaram o estádio em um grande forró. O tom era popular, mas nem por isso o compositor Heitor Villa-Lobos foi esquecido em trilha sonora de vídeo com momentos emocionantes dos Jogos.

Após homenagem ao arquiteto e urbanista Burle Marx, Mariane de Castro cantou Pelo tempo que durar, de Adriana Calacanhoto e Marisa Monte, enquanto uma cascata apagava a Pira Olímpica. Em seguida, uma árvore nasceu no jardim do Maracanã, representando a transformação e o legado dos Jogos. Agora é esperar pela 32ª edição em Tóquio.

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