Elke Maravilha morre aos 71 anos

Por R7 16/08/2016 08h39
Elke Maravilha morre aos 71 anos

Morreu na madrugada desta terça-feira (16), aos 71 anos, a atriz Elke Maravilha. A artista estava internada em coma induzido desde julho, quando passou por uma cirurgia no abdômen devido a uma úlcera.

Na página da artista no Facebook, um comunicado informou a morte.

Avisamos que nossa Elke já não está por aqui, conosco. Como ela mesma dizia, foi brincar de outra coisa. Que todos os deuses, que ela tanto amava, estejam com ela nessa viagem. Eros anikate mahan (O amor é invencível nas batalhas). (Crianças, conviver é o grande barato da vida,aproveitem e convivam).

Elke Maravilha nasceu em 1945, em São Petersburgo, na Rússia, e se mudou para o Brasil com a família aos seis anos. A artista, que é filha de pai russo e mãe alemã, passou a infância no interior de Minas Gerais e, aos 20 anos, se mudou para o Rio de Janeiro.

Falando oito idiomas (alemão, italiano, espanhol, russo, francês, inglês, grego e latim), trabalhou como secretária trilíngue, bibliotecária e bancária antes de ingressar na carreira artística.

Aos 24 anos, chamou atenção pela altura, os cabelos loiros e começou a carreira de modelo, trabalhando com grandes nomes da moda e tendo destaque nas passarelas.

 Em 1972, estreou como jurada no Cassino do Chacrinha e se tornou conhecida do grande público com seu estilo extravagante e ousado. Elke trabalhou durante 14 anos com o Velho Guerreiro. Depois, foi jurada do Show de Calouros, com Silvio Santos, e comandou um talk show no SBT.

Além dos trabalhos como jurada, ela também participou de minisséries, novelas e fez diversas participações em programas de TV. Elke também teve uma carreira no cinema e participou de inúmeros filmes como Xica da Silva,Pixote, a Lei do Mais FracoZuzu Angel e Meu Passado Me Condena. Elke ainda teve destaque no teatro e participou de diversas produções.

O estilo de Elke marcou gerações. Em seu site pessoal, ela falou sobre como surgiu esse jeito exótico de se vestir.

Perguntam-me como criei este estilo, este visual que me caracteriza. Digo que sempre busquei compor este jeito, claro que não era assim como agora, pois hoje a coisa é mais abrangente, com o tempo venho me descobrindo muito mais por dentro e colocando o que descubro para fora. Costumo dizer que sempre fui assim, só que com o tempo estou piorando! Na realidade, sempre fui um trem meio diferente, sabe? Ainda adolescente resolvi rasgar a roupa, desgrenhei o cabelo, exagerei na maquiagem e sai na rua... Levei até cuspida na cara. Mas foi bom porque entendi aquela situação como se estivessem colocando-me em teste. Talvez, se meu estilo não fosse verdadeiramente minha realidade interior, eu teria voltado atrás. Mas sabia que nunca iria recuar. Eu nunca quis agredir ninguém! O que eu quero é brincar, me mostrar, me comunicar.

Na vida pessoal, Elke teve oito casamentos e realizou três abortos. Em entrevista para a revista Istoé Gente, ela contou que sempre soube que não tinha talento para ser mãe e não saberia educar uma criança.

Na época da Ditadura Militar, a artista chegou a ser presa. Elke passou seis dias detida e afirmou em entrevista que tomou tapas na cara. “Fui para o interrogatório com a cara pintada de verde e com batom vermelho todo borrado, enfrentei”, revelou à revista Istoé Gente.

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